19 de dezembro de 2024 Doar
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Sacerdote morre durante confronto entre soldados e separatistas em Camarões

Imagem referencial | Pixabay (Domínio Público)

Em um acontecimento que ainda não foi esclarecido, um sacerdote morreu durante um confronto entre militares e um grupo de separatistas no dia 20 de julho em Camarões.

Segundo informações da agência vaticana Fides, Pe. Alexandre Sob Nougi era pároco da paróquia Sagrado Coração e secretário para a educação católica na Diocese de Buea, localizada na região de língua inglesa, no sudoeste do país.

A morte do sacerdote ocorreu na estrada entre Buea e Muyuka. O fato ainda não foi esclarecido, pois algumas fontes afirmam que "foi atingido por uma bala perdida durante um confronto entre soldados e separatistas"; mas outras assinalam que "teria sido assassinado".

Alguns meios locais assinalaram que os soldados atiraram intencionalmente, enquanto Pe. Sob Nougi estava procurando por um objeto em seu carro estacionado.

Em 14 de julho, outro sacerdote foi assassinado na cidade de Batibo, no nordeste de Camarões.

Fides explicou que, desde 2016, são cada vez mais frequentes nessa região os confrontos entre soldados e grupos separatistas, que pedem por um Estado independente de língua inglesa.

Em outubro de 2017, os separatistas pressionaram o Estado para que declarasse a independência das duas províncias de língua inglesa de Camarões e que estas formassem a República da Ambazonia.

As tensões recordam a proclamação da independência de Camarões em 1960, quando a população anglófona acusou as autoridades francesas de marginalizá-la, impondo-lhes o idioma e as tradições francesas.

Desde então, os cidadãos anglófonos pediram por uma maior autonomia e um respeito aos seus costumes.

Segundo informou a ONU, os confrontos provocaram o deslocamento de 160 mil camaroneses anglófonos a outras regiões do país ou ao exterior, especialmente à Nigéria. A violência provocou centenas de mortos e feridos.

Diante dessa situação, a Conferência Episcopal de Camarões indicou em um comunicado divulgado em maio que o país vive uma situação "marcada por uma violência monstruosa e pela radicalização das posições, algo que nos atemoriza muito".

"Impeçamos qualquer forma de violência e paremos de matar uns aos outros. Salvemos o nosso país de uma guerra civil infundada e inútil", exortaram.

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