BAGDÁ, Jul 25, 2018 / 16:00 pm
O Patriarca Caldeu da Babilônia, Louis Raphael Sako, recentemente criado Cardeal pelo Papa Francisco, enviou uma carta aberta ao povo iraquiano, destacando que a sua nova responsabilidade é uma resposta ao martírio que o seu país sofreu.
Na carta publicada em 20 de julho no site do Patriarcado Caldeu da Babilônia, o Purpurado afirmou que "a vestimenta e o chapéu vermelho de um cardeal representam o martírio e, especialmente em nosso país, isso foi 'provado' em mais de uma ocasião'".
"Definitivamente simboliza o sangue de tantos mártires que foram derramados nesta terra de todos os componentes da sociedade iraquiana. Entretanto, o vermelho também é um símbolo do amor, que deve inflamar no coração da pessoa que o usa, oferecendo assim a sua vida por aqueles que ama incondicionalmente", destacou.
O cardeal Sako assegurou que "esta missão significa servir ao meu país devastado e servir a todos sem exceção, assim como o Papa Francisco faz no mundo".
"Eu percebo que ser Cardeal significa assumir mais responsabilidades para a Igreja Universal. Ao mesmo tempo, me dá apoio, impulso e um espaço maior para servir. Assim poderei me unir a todas aquelas pessoas que tenham a boa vontade para alcançar os objetivos comuns que estamos buscando", continuou.
O Patriarca Caldeu da Babilônia indicou que volta ao Iraque "cheio de alegria e belos sentimentos" depois de ter sido criado Cardeal pelo Papa Francisco em 28 de junho e participar no dia 7 de julho no encontro do Pontífice com os Patriarcas e líderes das Igrejas Orientais, Católicas e Ortodoxas em Bari.
"Em ambas as ocasiões, o Santo Padre me concedeu a honra de transmitir suas saudações a todos os iraquianos e sua solidariedade para com eles, assegurando suas orações contínuas pela paz, estabilidade e prosperidade", afirmou.
"Gloria a Deus pelas suas bênçãos abundantes, pela sua preocupação por todos nós e muito obrigado ao Papa Francisco por nomear um 'cidadão iraquiano' para ser um cardeal e ter uma missão tão distinta", continuou o Purpurado.
Por outro lado, o Cardeal Sako indicou que, "devido ao fato de que a religião e a violência são incompatíveis, faço um apelo aos muçulmanos, cristãos e outras autoridades religiosas a ser símbolos nacionais e a contribuir com a reconciliação, a paz e a estabilidade ao derrotar os extremistas e a violência".
Além disso, exortou os políticos iraquianos a superar as suas diferenças "para impedir esta 'guerra de ação' em nossa terra, que destruiu o 'ser humano', e a 'perda'".
"O nosso país não pode ser construído no sectarismo e nos interesses pessoais, mas na cidadania igualitária e completa", acrescentou.
Nesse sentido, recordou que depois das eleições parlamentares que aconteceram em 12 de maio na nação árabe, é necessário "acelerar o processo de formação de um governo forte, baseado na constituição iraquiana".
"Caso contrário, a demora deteriorará os institutos relacionados que refletem negativamente na segurança, na economia e nos serviços sociais", advertiu.
O Cardeal Sako concluiu a carta reiterando o seu pedido de rezar pelo Iraque "a fim de que os sinais de esperança superem as nossas preocupações e temores em uma situação tão difícil e nos sintamos orgulhosos de nosso querido país".
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