Vaticano, Aug 2, 2018 / 19:00 pm
O Papa Francisco teve um encontro na manhã de quinta-feira com estudantes jesuítas, no qual refletiu sobre as consequências do desemprego, que atualmente afeta muitos jovens e que se tornou uma das causas do suicídio juvenil.
Em um diálogo com os jesuítas que participaram do curso "European Jesuits in formation", em Roma, o Santo Padre refletiu sobre as dificuldades que muitos jovens encontram no momento de entrar no mercado de trabalho.
O Pontífice sublinhou que "a pessoa que não tem um trabalho se sente sem dignidade. A falta de trabalho destrói a dignidade. Ainda mais: não se trata do fato de não poder comer, porque sempre podem ir à Caritas e te oferecem comida. O problema é não poder levar o pão para casa: isso destrói a dignidade".
Francisco afirmou que, "quando vemos tantos jovens sem trabalho, deveríamos nos perguntar por quê. Certamente encontrarão a razão: existe uma reestruturação da economia mundial, onde a economia, que é concreta, deixa lugar à finança, que é abstrata. No centro, há a finança, e a finança é cruel: não é concreta, é abstrata".
"E neste caso se aposta em algo que não é concreto, mas é líquido ou gasoso, tendo como ponto central o mundo das finanças. Todavia ali seria o lugar do homem e da mulher. Hoje isto, acredito, é o grande pecado contra a dignidade da pessoa: tirar a pessoa do ponto central".
Em seu discurso, o Papa chamou a atenção sobre o crescente número de suicídios de jovens. "O número de suicídios de jovens está em aumento, mas os governos, não todos, não publicam os números exatos: publicam-no até certo ponto, porque é vergonhoso. E por que estes jovens se enforcam e se suicidam? Em quase todos os casos a principal razão é a falta de trabalho. Não conseguem se sentir úteis".
Por outro lado, "outros jovens não optam pelo suicídio, mas buscam a alienação, buscam dependências, e hoje a dependência é um modo de fugir da falta de dignidade. Pensem que por detrás de cada dose de cocaína há uma grande indústria mundial que possibilita isso, e provavelmente, é onde circula a maior quantidade de dinheiro no mundo".
Do mesmo modo, "outros jovens, através do celular, encontram coisas que envolvem como projeto de vida: 'Ah, eu pego um avião e entro para o ISIS. Pelo menos vou ter milhares de dólares todos os meses e algo para fazer'. Isso é verdade, acontece!".
"Suicídios, dependências e participação em guerrilhas são as três opções para os jovens de hoje quando não têm trabalho", sublinhou.
Finalmente, assegurou que "o problema tem solução, mas precisa encontrar o modo certo, há necessidade da palavra profética, há necessidade da criatividade humana, fazer muitas coisas. É necessário sujar as mãos".
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