22 de dezembro de 2024 Doar
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Sacerdote explica regresso de famílias cristãs à Planície de Nínive depois do ISIS

Pe. Giorgio Lahola, sacerdote siro-católico responsável pelo comitê de reconstrução da cidade de Qaraoqsh. | Blanca Ruiz

Na noite do dia 6 de agosto de 2014, o Estado Islâmico (ISIS) atacou Qaraqosh, a principal cidade cristã da Planície de Nínive, após vários dias de pressão às famílias cristãs.

Qaraqosh e outras cidades como Karamles e Teleskuf foram totalmente tomadas pelo Estado Islâmico e, no total, cerca de 120 mil cristãos foram expulsos desta região no norte do Iraque.

Dezenas de milhares de pessoas fugiram para a cidade de Erbil, localizada no leste, na região do Curdistão e onde a estabilidade era maior.

Durante a tomada e a ocupação destas cidades pelo Estado Islâmico, os terroristas destruíram tudo. Queimaram e profanaram igrejas e mosteiros e também destruíram as casas e as estradas.

No final de 2017, graças à ajuda do exército iraquiano e curdo, os terroristas foram expulsos da Planície de Nínive. Desde então, começou a reconstrução das casas e a volta dos cristãos a essa região do Iraque.

O sacerdote siro-católico Giorgio Lahola, responsável pela reconstrução da cidade de Qaraqosh, explicou ao Grupo ACI como isso está sendo feito e quais as suas esperanças, apesar das graves dificuldades devido ao estado de destruição da cidade.

"Com a chegada do Estado Islâmico, Qaraqosh ficou completamente vazia", recorda o sacerdote e afirma que "2.200 casas estavam totalmente queimadas".

Entretanto, graças à ajuda de diversas organizações que estão contribuindo financeiramente para a reconstrução das casas e das igrejas desta cidade, atualmente cerca de 5.200 famílias, 60% do total, já voltaram para Qaraqosh, trazendo de novo a presença cristã a esta área do Iraque.

Segundo afirmou Pe. Lahola ao Grupo ACI, "sem a ajuda de organizações cristãs, não poderíamos começar a reconstrução, especialmente pela Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), que é o nosso principal colaborador na reconstrução. Sem a ajuda dos cristãos de outros países, não poderíamos ter começado".

Um dos momentos que, segundo Pe. Lahola, "mais apoio espiritual e psicológico" receberam foi a "cerimônia da oliveira", pela qual responsáveis pela ACN entregaram um ramo de oliveira a cada uma das famílias que se instalaram novamente em Qaraqosh, como símbolo das profundas raízes cristãs que existem nesta terra.

Embora ainda existam numerosos edifícios totalmente destruídos pelas bombas e os serviços de luz e água estão chegando aos poucos para toda a população, Pe. Lahola tem certeza de que os cristãos gradualmente reconstruirão suas vidas neste local.

"Sou otimista, talvez não vemos resultados concretos, mas tenho certeza de que vamos avante", assegurou e também destacou que "os habitantes de Qaraqosh estão felizes de ter voltado, por poder celebrar a Missa em suas igrejas. A segurança nesta área agora é 100%, mas quanto mais pessoas há em Qaraqosh, mais segura será e precisamos de ajuda para assegurar a nossa presença aqui".

Segundo explicou, era impossível imaginar que as cidades cristãs da Planície de Nínive tinham sido libertadas e que os cristãos não voltariam para suas casas, porque a união com esta terra existe há milhares de anos e considera uma "obrigação" dar testemunho de Cristo nesta terra.

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