12 de dezembro de 2024 Doar
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Bispos pedem para diferenciar os cuidados paliativos da morte assistida

Imagem referencial | Pixabay (Domínio Público)

Na época do suicídio legal assistido e da eutanásia, os cuidados paliativos devem permanecer como uma forma distinta de atenção que socorre as necessidades e a dignidade de toda a pessoa no fim natural de sua vida, assinalaram os bispos católicos do Canadá.

Os bispos deram as suas recomendações em uma apresentação para uma consulta pública nacional, em resposta à aprovação de um novo projeto de lei sobre o desenvolvimento dos cuidados paliativos no país.

O documento dos bispos se centrou em perguntas e sugestões para os provedores de serviços de saúde e foi desenvolvido com a ajuda da 'Catholic Health Alliance' no Canadá, do Instituto Católico de Bioética do Canadá e outros.

No texto, o presidente da Conferência Canadense de Bispos Católicos, Dom Lionel Gendron, afirmou que "o investimento da comunidade católica no cuidado da saúde está inspirado por Cristo".

É a resposta cristã em favor dos doentes, "para proporcionar os cuidados compassivos aos necessitados", acompanhar os moribundos "e dar testemunho da dignidade inviolável da pessoa humana" em todas as fases da sua vida.

Neste sentido, reiterou a oposição da Igreja à eutanásia e ao suicídio assistido, apesar de que foram legalizados pelo Senado em junho de 2016. Entretanto, atualmente alguns legisladores manifestaram que estão preocupados de que estas práticas sejam estendidas aos menores de idade e que a lei entre em conflito com a ideologia de algumas instituições médicas.

Algumas destas inquietudes surgiram novamente ao conhecerem sobre o caso de Roger Foley, um canadense que sofre de uma doença incurável e afirma que, quando pediu atenção médica domiciliar, a equipe médica de um hospital de Ontário lhe oferecia apenas o suicídio assistido.

Diante desta situação, os bispos assinaram que, embora a eutanásia e o suicídio assistido também sejam conhecidos como "Assistência Médica de Morte, não devem ser admitidos dentro da definição e da prática de cuidados paliativos".

Do mesmo modo, Dom Gendron pediu aos prestadores de cuidados paliativos que não reduzam a sua prática estritamente à ciência e levem em consideração as necessidades emocionais, psicológicas e espirituais das pessoas no final de suas vidas.

Os bispos explicaram que uma aproximação católica aos cuidados paliativos é a "abordagem centrada na pessoa" e "que se baseia profundamente na compreensão bíblica da cura, da compaixão e do amor".

Esta abordagem leva em consideração o "corpo, a mente e o espírito" de um paciente e tenta aliviar o sofrimento humano, ao mesmo tempo em que atende as "necessidades transcendentais da pessoa moribunda e dos seus entes queridos".

Em seu documento, os prelados também pediram melhores informações sobre os recursos dos cuidados paliativos para os pacientes e suas famílias no Canadá. As pessoas nunca devem ser reduzidas a estatísticas e não devem fazer com que os pacientes se sintam como um fardo, acrescentaram.

Além disso, defenderam o desenvolvimento contínuo dos cuidados paliativos como uma parte da medicina, que seja de alta qualidade e acessível a toda a população.

Por sua parte, indicaram, a Igreja no Canadá desenvolverá materiais educativos sobre cuidados paliativos a fim de promovê-los nas paróquias e no sistema católico de atenção médica.

"Para os católicos, a paróquia é um lugar principal onde as perguntas sobre a vida e o sofrimento, tanto o seu significado como o seu propósito, se exploram na oração silenciosa e no diálogo com os outros", disseram os bispos.

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