26 de dezembro de 2024 Doar
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Asseguram que sacerdote assassinado por terroristas islâmicos "deu sua vida como mártir"

Túmulo de Pe. Ragheed Ganni e seu memorial destruído pelo Estado Islâmico | João Porfirio

"Apesar das ameaças, não fugiu, foi fiel a Cristo e à Igreja até entregar a sua vida como mártir", assegurou um sacerdote caldeu iraquiano sobre Pe. Ragheed Ganni, assassinado por terroristas islâmicos.

A causa de beatificação de Pe. Ganni, assassinado em 3 de junho de 2007, depois de se negar a fechar a igreja ante pressões dos terroristas muçulmanos, foi aberta em maio deste ano.

O sacerdote falecido realizou o seu trabalho principalmente na cidade de Mossul, mas foi enterrado na igreja de Santo Adday, na aldeia de Karemlash (Iraque), de onde é a sua família.

Pe. Thabet Youssif, sacerdote caldeu iraquiano responsável pela igreja de Santo Adday, explicou ao Grupo ACI as principais características da vida deste sacerdote que está em processo de beatificação.

Segundo afirmou, "antes de ser sacerdote", Pe. Ragheed Ganni "já era muito conhecido em Mossul, porque trabalhava muito na paróquia e com os jovens da comunidade".

"Em 1996, o Bispo de Mossul incentivou Ganni a ser sacerdote. Quando entrou para o seminário, enviou-o a Roma para estudar no Colégio Irlandês até 2001, quando foi ordenado. Em 2003, voltou para o Iraque e trabalhou em Mossul, embora nesta época a situação fosse especialmente difícil", assegurou Pe. Youssif.

Durante esses anos, o jovem sacerdote recebeu inúmeras pressões para deixar de realizar a atividade paroquial e evangelizadora. Entretanto, não respondeu a nenhuma delas.

"Acho que foi no ano de 2004 que, inclusive, chegaram a lançar uma granada na igreja onde Pe. Ragheed trabalhava", recordou o sacerdote.

E foi assim até 2007, quando a situação já havia se tornado insuportável.

Em 3 de junho daquele ano, Pe. Ragheed tinha acabado de celebrar Missa junto com três diáconos, por motivos de segurança. Nos últimos meses, havia recebido várias ameaças de morte se não fechasse a igreja.

Ele costumava dizer: "Como posso fechar a casa de Deus?".

Quando estavam voltando para casa, vários homens armados prenderam o sacerdote e os diáconos. Eles disseram que, caso se convertessem ao islã, salvariam suas vidas ou, se seguissem sendo cristãos, morreriam. Todos recusaram a apostasia e foram assassinados.

Pe. Youssif reuniu numerosos testemunhos de pessoas que conheceram Pe. Ragheed e asseguram que sua morte foi por amor e fidelidade a Cristo e à Igreja.

Pe. Ragheed foi enterrado na igreja de Santo Adday, na aldeia de Karamlesh (Iraque), em 4 de junho de 2007. Centenas de pessoas participaram do seu funeral.

Em 2014, durante a ocupação do Estado Islâmico (ISIS) na Planície de Nínive, onde está localizada a aldeia de Karamlesh, a igreja de Santo Adday foi profanada, saqueada e queimada.

Segundo explicou Pe. Youssif ao Grupo ACI, além de profanar a igreja, em 2014 o ISIS destruiu as cruzes, "destruiu o memorial que estava sobre o túmulo de Pe. Ganni e profanou o túmulo  de outro sacerdote".

Atualmente, estão reconstruindo o templo e a área onde Pe. Ragheed está enterrado será uma capela.

Também explicou que a abertura da causa de beatificação deste sacerdote significa "o reconhecimento do testemunho de Pe. Ragheed para toda a Igreja".

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