24 de novembro de 2024 Doar
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Vergonha e dor: Vaticano se pronuncia após dossiê sobre abusos sexuais na Pensilvânia

Vaticano | Arquivo ACI Prensa

A Santa Sé expressou de maneira oficial sua "vergonha e dor" pelos abusos sexuais cometidos durante décadas por sacerdotes nas dioceses do estado da Pensilvânia (Estados Unidos), e reiterou o chamado do Papa Francisco a fazer todos os esforços para erradicar "este trágico horror que destrói a vida dos inocentes".

Na terça-feira 14 de agosto a Corte Suprema do estado da Pensilvânia publicou um relatório que revela mais de mil relatos de abuso sexual que teriam sido cometidos por membros do clero durante os últimos 70 anos nas diocese de Allentown, Erie, Greensburg, Harrisburg, Pittsburgh e Scranton.

O relatório de 884 páginas, que tem sido apelidado pela imprensa americana de "Relatório da Pensilvânia" foi escrito por 23 membros de um júri, que durante 18 meses examinou meio milhão de páginas de documentos. O FBI ajudou com a investigação destes casos ocorridos entre 1947 e 2017.

O Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, o norte-americano Greg Burke, indicou que "diante do relatório publicado na Pensilvânia esta semana, há duas palavras que podem expressar os sentimentos perante estes horríveis crimes: vergonha e dor".

"A Santa Sé levou muito a sério o trabalho do Investigating Grand Jury da Pensilvânia e o extenso Interim Report que a mesma elaborou. A Santa Sé condena inequivocamente o abuso sexual de menores", assinalou em uma declaração difundida este 16 de agosto pelo site Vatican News em sua versão em italiano.

Ainda segundo o comunicado da Santa Sé "os abusos descritos no relatório são penal e moralmente reprováveis" e que os mesmos "traíram a confiança e roubaram das vítimas sua dignidade e sua fé". A nota publicada no site oficial de notícias do Vaticano afirma também que a Igreja 1deve aprender duras lições de seu passado" e que deve considerar responsáveis por estes fatos "tanto os abusadores como aqueles que permitiram que os abusos se produzissem".

A declaração também assinala que "a maior parte do relatório se refere a abusos cometidos antes dos primeiros anos 2000".

"Não tendo encontrado mais que alguns casos depois de 2002, as conclusões do Grand Jury são coerentes com estudos precedentes que mostram como as reformas feitas pela Igreja  Católica nos Estados Unidos reduziram drasticamente a incidência dos abusos cometidos pelo clero".

"A Santa Sé busca estar em constante reforma e vigilância em todos os níveis da Igreja Católica, para garantir a proteção dos menores e dos adultos vulneráveis. Sublinha também a necessidade de obedecer a legislação civil, incluindo a obrigação de denunciar os casos de abusos a menores", indicou.

Greg Burke assegurou que "o Santo Padre compreende bem o quanto estes crimes podem sacudir a fé e o ânimo dos fiéis, e reitera a chamada a fazer todos os esforços possíveis para criar um ambiente seguro para os menores e os adultos vulneráveis na Igreja e em toda a sociedade".

"As vítimas devem saber que o Papa está do seu lado. Aqueles que sofreram são sua prioridade, e a Igreja quer escutá-los para erradicar este trágico horror que destrói a vida dos inocentes", expressou o porta-voz da Santa Sé.

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