Vaticano, Aug 21, 2018 / 10:40 am
O Papa Francisco disse que os culpados de abusos sexuais e aqueles que os cobriram devem render contar à justiça, algo que "em muitos casos inclui bispos", assinalou o porta-voz vaticano, Greg Burke, ao comentar sobre a carta que o Santo Padre publicou na última segunda-feira.
No dia 20 de agosto, o Pontífice publicou uma carta dirigida a todo o "povo de Deus", na qual condenou os abusos sexuais cometidos pelos sacerdotes, depois da publicação do relatório da Suprema Corte da Pensilvânia que denuncia mais de mil casos ocorridos ao longo dos últimos 70 anos e nos quais cerca de 300 sacerdotes estão envolvidos.
"O Papa Francisco disse que se faz necessária com urgência uma maior responsabilidade não somente por parte daqueles que cometeram esses crimes, mas também por parte daqueles que os acobertaram, quando, em muitos casos, esses são os bispos. Além de solicitar à Igreja Católica de aplicar as tutelas necessárias em todas as suas instituições", assinalou o Diretor da Sala de Imprensa, Greg Burke.
O porta-voz disse que o texto do Papa "é para a Irlanda, para os Estados Unidos, e para o Chile", mas também para o resto dos fiéis que compõem o povo de Deus.
Nesse sentido, Burke se referiu aos escândalos de abusos denunciados na Irlanda e que foram condenados por Bento XVI em 2010; assim como os casos ocorridos no Chile e que levaram à condenação do sacerdote Fernando Karadima, também em 2010, e ao relatório elaborado por Dom Charles Scicluna neste ano, depois de uma visita apostólica a pedido de Francisco.
Burke assinalou que "é significativo que o Papa defina o abuso um crime, não somente um pecado, e que peça perdão". Francisco "reconhece também que nenhum esforço feito para reparar o mal feito será suficiente nem para as vítimas", muitas das quais foram ouvidas pelo Pontífice "ao longo dos anos e transparece claramente na carta. Ele enfatiza que as feridas provocadas pelos abusos nunca serão curadas".
Do mesmo modo, indicou o porta-voz, em sua carta "o Papa também pede que todos os crentes contribuam com as armas tradicionais da oração e da penitência, a fim acabar com este mal".
Em sua carta, o Pontífice assinalou que "a penitência e a oração nos ajudarão a sensibilizar os nossos olhos e os nossos corações para o sofrimento alheio e a superar o afã de domínio e controle que muitas vezes se torna a raiz desses males".
"Que o jejum e a oração despertem os nossos ouvidos para a dor silenciada em crianças, jovens e pessoas com necessidades especiais. Jejum que nos dá fome e sede de justiça e nos encoraja a caminhar na verdade, dando apoio a todas as medidas judiciais que sejam necessárias", expressou.
Francisco disse que "a dor das vítimas e das suas famílias é também a nossa dor, por isso é preciso reafirmar mais uma vez o nosso compromisso em garantir a proteção de menores e de adultos em situações de vulnerabilidade".
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