24 de novembro de 2024 Doar
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A migração venezuelana é o grito de um povo desesperado, expressa Arcebispo

Migrantes venezuelanos | Arquidiocese de Piura

O Arcebispo Emérito de Maracaibo (Venezuela), Dom Ubaldo Santana, denunciou que a migração de milhões de pessoas para fugir da crise no país "é o grito desesperado de protesto" do povo que não quer perder a sua dignidade.

Através de sua conta no Twitter, o Prelado se referiu à emigração em massa de venezuelanos.

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, e o diretor da Organização Internacional para os Migrantes, William Lacy Swing, estimam que 2,3 milhões de venezuelanos vivem fora do seu país, dos quais, cerca de 1,6 milhão saíram do país a partir de 2015.

Nos últimos dias aumentou a migração de venezuelanos para Colômbia, Brasil, Equador, Peru, Chile e Argentina. Muitos se mobilizam a pé para fugir da crise humanitária que atinge a Venezuela.

"A migração em massa de milhões de venezuelanos é o grito desesperado de protesto de um povo oprimido, escravizado e condenado à morte para sobreviver, não perder a sua dignidade e reclamar ante as nações os seus direitos fundamentais violados", expressou Dom Santana em 26 de agosto.

Diante desta situação, o Prelado agradeceu a solidariedade das dioceses fronteiriças de Cúcuta e Riohacha, na Colômbia, e de Boa Vista, no Brasil, para com os milhares de pessoas que chegam diariamente a estes países.

"É extraordinário o trabalho realizado pelas dioceses na fronteira de Cúcuta, Riohacha, na Colômbia, e em Boa Vista, no Brasil, e através da Cáritas e de outras organizações humanitárias para atender os migrantes venezuelanos. Eternamente gratos", escreveu Dom Santana.

Nesse sentido, a Diocese de Cúcuta assinalou que continua "realizando esforços a fim de ajudar estes milhares de migrantes venezuelanos que saem do seu país fugindo" e que "procuram chegar às cidades colombianas ou também chegar a outros países".

"Pelas principais estradas do território nacional circulam diariamente venezuelanos que estão à procura de um futuro melhor, caminham a pé e com poucas coisas, a outras cidades da Colômbia e de países como Equador e Peru. Durante o percurso são expostos a suportar baixas e altas temperaturas, fome, cansaço, fadigas, causando-lhes problemas de saúde", expressou.

Foto: Centro de Comunicações da Diocese de Cúcuta

" Pe. Nelson Rozo, vigário da paróquia São Rafael, contou que se dirigiram à Via Bucaramanga, onde se encontram com grupos de 5, 10 e até 20 pessoas e lhes entregam um kit de alimentos, o qual recebem agradecidos", informou a diocese colombiana.

O sacerdote disse que "as pessoas são gratas e ficamos tristes de ver idosos, crianças pálidas; mas pedimos a Deus que tenha misericórdia deles e, embora não seja muito, em algo podemos ajudar".

Por sua parte, a Arquidiocese de Piura e Tumbes, no norte do Peru, informou que também continuam trabalhando para ajudar cerca de 1.600 venezuelanos que cruzam diariamente a fronteira com o Equador.

Foto: Arquidiocese de Piura

O Arcebispo local, Dom José Antonio Eguren, pediu aos fiéis para acolher "com gestos concretos de fraternidade os irmãos venezuelanos", com "um coração e um olhar de misericórdia para com nossos irmãos".

Do mesmo modo, Cáritas Piura, junto com instituições públicas e privadas, organizou uma série de oficinas informativas para "proteger os direitos dos nossos irmãos migrantes". "Falaram sobre temas relacionados ao trabalho, ao acesso à saúde, à educação, à situação migratória, entre outros", indicou a Arquidiocese.

Além disso, as paróquias de Piura e Tumbes se organizaram para oferecer "atendimento espiritual, abrigo, alimentos e serviços de saúde" aos migrantes venezuelanos.

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