24 de novembro de 2024 Doar
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Papa critica um mundo “sedento de diversão” mas que faz as pessoas se sentirem vazias

Papa durante a Audiência Geral. | Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Em sua catequese na Audiência geral desta quarta-feira, o Papa Francisco criticou a mentalidade do mundo atual, no qual parece que é preciso se divertir a todo custo, e pediu que se reconcilie com a própria história pessoal.

Seguindo com o tema dos Dez Mandamentos, o Papa falou do "dia de repouso", "parece um mandamento fácil de ser cumprido, mas é uma impressão errada", afirmou. "Descansar de verdade não é simples, porque existe descanso falso e um descanso verdadeiro".

Francisco sublinhou que "é necessário reconciliar-se com a própria história, com fatos que não se aceitam, com as partes difíceis da existência".

"Quantas vezes encontramos cristãos doentes que nos consolaram com uma serenidade que não é encontrada nos alegres e hedonistas!". "E vimos pessoas humildes e pobres alegrarem-se por pequenas graças, com uma felicidade que sabia de eternidade", citou como exemplo.

O Papa perguntou então aos fiéis: "Quando a vida se torna bela? Quando se começa a pensar bem dela, seja qual for a nossa história", respondeu.

"A sociedade de hoje – disse – é sedenta por entretenimento e férias. A indústria da distração é florescente e a publicidade desenha um mundo ideal como um grande parque de diversões onde todos se divertem".

O Papa assinalou que "o conceito de vida dominante hoje não tem o centro de gravidade em atividade e compromisso, mas na evasão".

"Ganhar dinheiro para divertir-se, satisfazer-se. A imagem-modelo é a de uma pessoa de sucesso que pode permitir-se amplos e diversos espaços de prazer. Mas esta mentalidade faz desliza para a insatisfação de uma existência anestesiada pelo divertimento que não é repouso, mas alienação e fuga da realidade".

O Papa assegurou, então, que "o homem nunca repousou tanto quanto hoje, e ao mesmo tempo o homem nunca experimentou tanto vazio como hoje!".

Em seguida, Francisco recordou que no livro do Êxodo, fala-se do sábado como dia de descanso, que é "o dia da contemplação e da bênção", um dia que os cristãos celebram agora no domingo, e ressaltou que o repouso "é o momento da contemplação, do louvor, não da evasão. É o tempo para olhar a realidade e dizer: como é bela a vida!".

"Ao repouso como fuga da realidade, o Decálogo opõe o repouso como bênção da realidade", comentou.

O Bispo de Roma explicou que, "para nós, cristãos, o centro Do dia do Senhor, o domingo, é a Eucaristia, que significa 'ação de graças'. É o dia para dizer a Deus: obrigado, obrigado Senhor, obrigado pela vida, pela sua misericórdia, por todos os seus dons".

"O domingo não é o dia para esquecer os outros dias, mas para recordá-los, abençoá-los e fazer as pazes com a vida, fazer as pazes com a vida, dizendo: 'a vida é preciosa, não é fácil, às vezes é dolorosa, mas é preciosa'".

Por isso, "ser introduzidos no descanso autêntico é uma obra de Deus em nós, mas requer afastar-se da maldição e de sua atração".

"A bênção e a alegria implicam uma abertura para o bem que é um movimento adulto do coração. O bem é afável e nunca se impõe", mas "deve ser escolhido".

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