21 de novembro de 2024 Doar
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Papa Francisco recorda os mártires assassinados pelos totalitarismos na Lituânia

Papa durante o encontro com os sacerdotes. | Captura de Youtube

O Papa Francisco destacou a constância e fidelidade dos sacerdotes e fiéis católicos na Lituânia durante as perseguições religiosas empreendidas pelos regimes totalitários nazista e soviético que ocuparam o país no século XX.

Em um encontro na catedral de Kaunas, Lituânia, durante sua viagem apostólica aos países bálticos, o Santo Padre assinalou que "a violência usada contra vós por ter defendido a liberdade civil e religiosa, a violência da difamação, o cárcere e a deportação não puderam vencer a vossa fé em Jesus Cristo, Senhor da história".

Por isso, "tendes tanto a dizer-nos e ensinar-nos, e muito também a propor, sem precisar de julgar a aparente fraqueza dos mais jovens".

"Olhando-os, vejo por trás de vocês muitos mártires. Mártires anônimos. No sentido de que também não sabemos onde estão sepultados. Também alguns de vocês, saudei um, sabem o que é a prisão", refletiu Francisco.

O Papa convidou a não se esquecer da memória desses mártires. "Não os esqueçam. Tenham memória. Vocês são filhos de mártires. Essa é a sua força. Que o espírito do mundo não venha lhes dizer outra coisa diferente dessa que seus antepassados viveram. Recordem seus mártires. Tomem o exemplo deles, porque não tiveram medo".

Desejo de Deus

O Papa Francisco lançou diante de sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas a necessidade de tomar consciência do que os fiéis esperam deles e afirmou que devem dar resposta ao grito do povo que busca Deus.

O Papa recordou aos sacerdotes, religiosos, consagrados e seminaristas a necessidade da oração diária, do diálogo constante com Deus para poder escutar o grito do povo que deseja Deus. "Escutar a voz de Deus na oração faz-nos ver, ouvir, conhecer o sofrimento dos outros para os podermos libertar".

Além disso, afirmou que a oração também deve servir para ser consciente de quando o povo deixou de buscar Deus e a descobrir o porquê.

"Devemos sentir-nos importunados quando o nosso povo deixou de gemer, deixou de procurar a água que mata a sede", explicou Francisco. "É hora também para discernir o que está a anestesiar a voz do nosso povo".

O Papa fez esta reflexão a partir da Carta de São Paulo aos Romanos, na qual, além de falar desse gemido do povo de Deus, fala também de constância: "constância no sofrimento, constância em perseverar no bem. Isto significa estar centrados em Deus, permanecendo firmemente enraizados nele, ser fiéis ao seu amor".

Aos sacerdotes mais jovens, sugeriu que, "quando vos vedes confrontados com as pequenas frustrações que vos desanimam e tendeis a fechar-vos em vós mesmos, recorrendo a comportamentos e evasões que não são coerentes com a vossa consagração, procurai as vossas raízes e olhai o caminho percorrido pelos idosos".

"São precisamente as tribulações que delineiam os traços distintivos da esperança cristã, porque, quando é apenas uma esperança humana, podemos sentir-nos frustrados e esmagados com o fracasso; mas não acontece o mesmo com a esperança cristã: esta sai mais límpida, mais experimentada do crisol das tribulações".

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