18 de dezembro de 2024 Doar
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Padres sinodais enviarão uma carta aos jovens de todo o mundo

Coletiva de imprensa. | Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Os padre sinodais propuseram durante a XV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos a elaboração de uma carta dirigida aos jovens de todo o mundo, antes da finalização dos trabalhos.

O Papa Francisco aceitou a proposta e instituiu uma comissão para a redação do texto que, uma vez elaborado, será submetido à consideração da Assembleia Sinodal.

A comissão é formada por quatro padres sinodais: Dom Dieudonné Nzapalainga, Arcebispo de Bangui (República Centro-africana); Dom Emmanuel Gobilliard, Bispo Auxiliar de Lyon (França); Dom Anthony Colin Fisher, Arcebispo de Sidney (Austrália); e Dom Eduardo Horacio García, Bispo de San Justo (Argentina).

Junto com eles estariam jovens que participam do Sínodo como ouvintes, um convidado especial e um especialista.

Pontifício Conselho para os Jovens

Na coletiva de imprensa, que a Santa Sé organiza diariamente para informar sobre os progressos dos trabalhos sinodais, o Prefeito do Dicastério para a Comunicação do Vaticano, Paolo Ruffini, afirmou que os padres sinodais voltaram a colocar sobre a mesa a criação de um possível Pontifício Conselho para os Jovens.

Segundo informou o Prefeito, o presidente deste novo organismo da Cúria Romana poderia esta à altura dos chefes de dicastério e poderia ser presidido por uma mulher.

"Foi proposto estabelecer um Pontifício Conselho para os Jovens no qual o presidente seja considerado à altura dos chefes de dicastério e que, inclusive, poderia ser uma mulher", informou Paolo Ruffini.

Nos debates dos padres sinodais, falou-se amplamente sobre o papel da mulher na Igreja e destacou-se a importância que tiveram a Virgem Maria e Maria Madalena na comunidade dos primeiros discípulos. Nesse sentido, destacou-se a importância de lutar contra a cultura machista.

Precisamente, um dos padres sinodais propôs dedicar um próximo Sínodo de Bispos à questão feminina.

Participou desse mesmo encontro com os meios de comunicação, Pe. Alexandre Awi Mello, Secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida.

Em sua intervenção, quis esclarecer que o Sínodo não pode ser "algo pontual" e que "tão importante quanto os resultados do Sínodo é o processo participativo sem precedentes que conduziu a ele e que, uma vez finalizado o Sínodo, deve se intensificar".

"Esse é um processo sem volta atrás dentro da Igreja sinodal e participativa. Nesse sentido, pode-se dizer que o Sínodo já é um sucesso. O processo já valeu a pena e aprendemos muito com ele".

Explicou também que "em todo o processo respiramos um profundo sentimento de comunhão. A experiência da reunião pré-sinodal foi inesquecível e foi fundamental para poder respirar este ambiente tão positivo no Sínodo".

Sobre a pergunta que colocaram de forma reiterada desde o começo do Sínodo sobre se realmente os padres sinodais entraram em sintonia com a juventude para dar respostas às suas demandas, assegurou que "estamos realmente dentro da mentalidade dos jovens, porque nós os escutamos e temos o que eles mesmos escreveram para este Sínodo".

Entretanto, sublinhou que "a escuta é apenas o primeiro passo para chegar a um segundo passo que é o acompanhamento que deve conduzir para o discernimento". Esclareceu assim a reunião entre os três eixos do Sínodo: escuta, acompanhamento e discernimento.

Do mesmo modo, falou das dificuldades que os padres sinodais estão encontrando e explicou que, uma delas, é a constatação da dificuldade de acompanhar os jovens, agravada pela atitude de alguns que estabelecem resistência ao acompanhamento.

Por isso, ressaltou a necessidade de estabelecer uma relação empática com os jovens, não se limitar a escutá-los, mas colocar-se no lugar deles: "Se só escutamos, sem acompanhar, podemos ser simpáticos, mas não empáticos", disse.

Assim, propôs que, "depois deste Sínodo, a formação de acompanhantes deveria ser uma prioridade para que realmente tenhamos o discernimento como estilo de nossa Igreja em saída".

Por último, defendeu a "interação e a comunhão de todas as forças eclesiais que trabalham com a juventude. É preciso estabelecer estruturas diocesanas que fortaleçam essa unidade".

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