WASHINGTON DC, Jul 21, 2005 / 14:55 pm
Desde que a juíza Sandra Day O’Connor anunciou seu afastamento há duas semanas, a expectativa por conhecer o nome do novo juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos tem aumentado. Ontem à noite, o Presidente George W. Bush nomeou o juiz John Roberts para que assumisse o cargo; nomeação que gerou reações positivas dos pró-vida, enquanto os abortistas parecem ter recebido com desagrado a notícia.
Historicamente a juíza O’Connor votou algumas às vezes a favor e outras contra em assuntos relacionados à defesa da vida. Para alguns observadores, esta mudança na Suprema Corte poderia ser o início da anulação do caso Roe vs. Wade, que legalizou o aborto nos Estados Unidos desde 1973.
Rob Schneck, presidente do Conselho Nacional de Clérigos, indicou que a "nomeação do juiz John G. Roberts é a resposta às orações de milhões de americanos. O Presidente (Bush) demonstrou enorme coragem moral com isto e merece a cooperação total do Senado para a confirmação da nomeação".
Por sua vez, o Padre Frank Pavone, presidente do Priests for Life (Sacerdotes pela Vida) indicou estar "emocionado porque o Presidente manteve sua promessa e escolheu um candidato que entende a importância de aderir-se estritamente à Constituição".
"A eleição do juiz John G. Roberts, Jr. –prosseguiu– demonstra que ele (o Presidente) tem claro a classe de juizes que necessitamos na Suprema Corte, juizes que entendam a diferença entre aplicar a lei e reescrevê-la. Espero que o juiz Roberts seja tratado com justiça e que sua votação no Senado seja a melhor".
Por outro lado, Jan La Rue, chefe do Concerned Women for America, manifestou que "tudo o que sabemos do juiz Roberts nos mostra que se adequa à promessa do Presidente de nomear um juiz que interpretará a Constituição e não legislará desde a banca".
"Ninguém pode alegar que o juiz Roberts está ‘fora do posto adequado’ ou que sua filosofia judicial ou histórica constituem ‘circunstâncias extraordinárias’ que justificariam a um orador democrata que o tache antes da votação", assinalou e acrescentou que "o processo de confirmação deve dar-se sem rancores políticos e de acordo à dignidade da Corte (Suprema)".
Alguns dados da vida do juiz Roberts, como que sua esposa Jane foi alguma vez Vice-presidenta de Feministas pela Vida e que os dois filhos do casal são adotados, demonstram a posição pro-vida do magistrado. Além disso, Roberts escreveu em um relatório para a administração Bush que "o caso de Roe vs. Wade foi decidido equivocadamente e deveria ser anulado".
Entretanto não todos estão satisfeitos com a nomeação do juiz Roberts. O grupo NARAL Pró o Choice America, a organização abortista maior dos Estados Unidos, indicou "estar muito decepcionados com a eleição de um nomeado tão divisor para o mais alto grau dentro das cortes da nação; em vez de escolher um de consenso que proteja a liberdade individual e apóie o caso de Roe vs. Wade".
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