Vaticano, Nov 9, 2018 / 10:01 am
O Papa Francisco denunciou que algumas pessoas adoecem e morrem devido à falta de água potável, o que "é uma vergonha para a humanidade do século XXI".
O Santo Padre disse isso em uma mensagem dirigida aos participantes da Conferência Internacional sobre o tema "A gestão de um bem comum: acesso à água potável para todos", iniciativa promovida pelo Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral
No texto, o Santo Padre recordou que "a água é essencial para a vida" e, entretanto, "em muitos lugares do mundo, nossos irmãos e irmãs não podem ter uma vida digna precisamente devido à falta de acesso à água potável", como demostram "as estatísticas dramáticas da sede, especialmente a situação das pessoas que ficam doentes e muitas vezes morrem em decorrência da água insalubre".
Diante desse problema, o Papa pediu a "vontade e a determinação", bem como a não diminuir todos os "esforços institucionais, organizacionais, educacionais, tecnológicos e econômicos" para fornecer água potável a toda a população.
Do mesmo modo, o Pontífice advertiu que "infelizmente, em muitos dos países onde a população não tem acesso regular à água potável, não faltam armas e munições", e explicou que "a corrupção e os interesses de uma economia que exclui e que mata prevalecem muitas vezes sobre os esforços que, de modo solidário, deveriam garantir o acesso à água".
Por outro lado, o Papa Francisco recordou que a Santa Sé e a Igreja trabalham em favor do acesso à água potável para todos.
"Este compromisso – disse – se manifesta em múltiplas iniciativas, como a realização de infraestruturas, a formação, a assistência às populações em perigo, sempre evocando as referências éticas e os princípios contidos no Evangelho numa visão positiva da antropologia".
Nesse sentido, o Santo Padre recordou algumas ideias sobre este tema contidas na Encíclica Laudato si e na recente mensagem para o Dia de Oração pelo Cuidado da Criação; como por exemplo, a importância de uma antropologia adequada "indispensável para estilos de vida responsáveis e solidários, para uma verdadeira ecologia, assim como para o reconhecimento do acesso à água potável como direito da dignidade humana e, portanto, incompatível com a concepção da água como mercadoria qualquer".
Além disso, o texto do Papa destacou que "os princípios e valores evangélicos devem guiar o compromisso concreto de cada pessoa para a realização do bem comum de toda a família humana".
Finalmente, o Pontífice pediu para proteger este recurso e abençoou as pessoas que promovem iniciativas destinadas a melhorar a gestão da água.
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