21 de novembro de 2024 Doar
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Descobrem rosto de Jesus em Israel e o consideram o mais antigo da história

Ruínas de uma igreja em Shivta (Israel | Ester Inbar (Wikipédia)

Uma das pinturas mais antigas de Jesus, com cerca de 1500 anos de antiguidade, foi descoberta na parede de uma igreja abandonada em Israel.

A igreja foi encontrada nas ruínas de Shivta, um antigo povoado agrícola no coração do deserto de Negev, a cerca de 40 quilômetros ao sudoeste de Be'er Sheva. O povoado foi fundado no século II e sobreviveu mais de 600 anos antes de ser abandonado durante o início do período islâmico.

O retrato foi descoberto pela historiadora de Arte, Emma Maayan-Fanar, e mostraria o contorno facial de um jovem Jesus com cabelo curto.

"Em contraste com a imagem ocidental de Jesus como alguém com cabelo comprido e solto e, às vezes, barba, a pintura de Shivta o mostra em estilo oriental, com cabelo curto e encaracolado, rosto longo e nariz alongado", disse Maayan-Fanar.

A especialista disse que a descoberta "foi realmente uma questão de sorte e experiência. Estudamos o local e eu estava olhando de perto a abside, esperando ver algumas manchas de cor. Em seguida, levantei a cabeça e vi os olhos. Era o rosto de Jesus em seu batismo, olhando-nos".

"Dror Maayan, meu esposo e fotógrafo profissional, apontou sua câmera para a direção na qual pensei que via a imagem e ali estava, o rosto de Jesus", indicou.

A imagem remontaria ao século VI e foi vista nas ruínas de uma igreja bizantina no deserto de Negev, em Israel. Embora a Terra Santa tenha dado origem ao cristianismo, muito poucas artes religiosas sobreviveram ali desde sua história inicial.

"A representação mais antiga conhecida de Cristo até este momento era do século III em Dura Europos, na atual Síria", disse Maayan-Fanar.

A pintura foi descoberta primeiro em 1920 e agora foi novamente analisada usando técnicas modernas. De acordo com especialistas, sua importância estaria no fato de que precede a iconografia religiosa utilizada na Igreja Cristã Ortodoxa.

"Pertence ao esquema iconográfico de um Cristo de cabelo curto, que estava especialmente difundido no Egito e em Siro-Palestina, mas que passou da arte bizantina posterior", assinalaram os pesquisadores.

Embora se aprecie apenas fragmentos da obra, a especialista da Universidade de Haifa distingue o rosto que representa um jovem Jesus junto a outro rosto de proporções maiores a sua esquerda, muito provavelmente de João Batista. Ambas as figuras deviam fazer parte de uma cena mais ampla que foi pintada sobre a pia batismal do templo.

"Até agora, é a única cena de batismo de Cristo in situ até a data com confiança na Terra Santa pré-iconoclasta", escrevem os autores do estudo em seu artigo. Por isso, pode iluminar a comunidade cristã de Bizantina Shivta e a arte cristã primitiva em toda a região.

A descoberta foi publicada na revista arqueológica Antiquity junto aos arqueólogos Ravit Linn, Yotam Tepper e o professor Guy Baz-Oz, do Instituto de Arqueologia Zinman da Universidade de Haifa. Os autores deste estudo asseguram que "o rosto de Cristo nesta pintura é uma descoberta importante em si mesma".

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