22 de dezembro de 2024 Doar
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13 Reasons Why poderia influenciar adolescentes suicidas, indica estudo

13 Reasons Why | Domínio público

Um novo estudo da Universidade de Michigan (Estados Unidos) adverte que a popular e polêmica série de Netflix "13 Reasons Why" poderia influenciar nos adolescentes que estão considerando se suicidar.

A séria, que é uma adaptação do livro para jovens do mesmo nome, de Jay Asher (2007), relata a história de Hannah Baker, uma adolescente de 17 anos que se suicida e que assinala a um grupo de pessoas as "13 razões" pelas quais decidiu acabar com sua vida através de uma série de fitas cassete.

Quando o programa foi lançado em Netflix no ano passado, foi criticado por sua descrição do suicídio e seu tom em geral. Vários líderes católicos solicitaram que se tenha "extrema precaução" com a série.

Do mesmo modo, Suicide Awareness Voice of Education, uma organização sem fins lucrativos que aponta a prevenção ao suicídio, disse que temiam que o programa pudesse fazer "mais danos do que bem".

A segunda temporada do programa, que estreou em maio, mostra uma advertência aos espectadores mais jovens e lhes sugere que assistam ao programa com um adulto e busquem ajuda se têm pensamentos suicidas.

Agora, um estudo recentemente publicado apoia alguns desses temores. O estudo "13 Reasons Why: Padrões de visão e impacto percebido entre jovens com risco de suicídio", publicado em 21 de novembro em Psychiatry Online, entrevistou 87 adolescentes suicidas de 13 a 17 anos que foram levados ao departamento de emergências.

Como parte da pesquisa, foram feitas aos adolescentes 44 perguntas relacionadas ao programa, incluindo com quem o viram e como foram influenciados por sua história. Se uma pessoa informou que não tinha ouvido falar previamente do programa, não lhe era feita mais nenhuma pergunta para evitar chamar a atenção sobre a série.

Das 87 pessoas entrevistadas, 43 delas disseram que tinham assistido ao menos um episódio do programa. Dos que tinham visto a série, 21 deles disseram que acreditavam que aumentava o risco de suicídio.

Embora o autor principal do estudo, Victor Hong, admita que esses resultados não provam de maneira definitiva um risco de suicídio, "confirma que definitivamente devemos nos preocupar com seu impacto nos jovens impressionáveis e vulneráveis", disse.

"Poucos acreditam que este tipo de exposição aos meios de comunicação tomará as crianças que não estão deprimidas e as tornará suicidas. A preocupação é sobre como isso pode afetar negativamente os jovens que já estão cambaleando", disse Hong.

Embora Netflix tenha incentivado os adolescentes a ver o programa com um adulto, o estudo da Universidade de Michigan demonstrou que muito poucos pais realmente tinham assistido ao programa e alguns não sabiam que seus filhos estavam vendo.

O estudo mostrou que 84% dos que viram a série o fizeram sozinhos e que era mais provável que tenham falado sobre o programa com seus colegas do que com seus pais.

Os adolescentes que se identificaram fortemente com a personagem de Baker eram mais propensos a dizer que a série aumentava o risco de tentativa de suicídio.

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