REDAÇÃO CENTRAL, Nov 27, 2018 / 10:02 am
Ricardo Vélez Rodríguez, futuro ministro da Educação indicado pelo presidente eleito do Brasil Jair Bolsonaro, afirmou ser contrário ao ensino da ideologia de gênero nas escolas, pois "quem define o gênero é a natureza".
A declaração foi dada na última segunda-feira, 26 de novembro, quando falou com a imprensa pela primeira vez após sua nomeação, ocorrida em 22 de novembro.
"Olha, eu não concordo por uma razão muito simples: quem define gênero é a natureza. É o indivíduo. Então a discussão da educação de gênero me parece um pouco abstrata, um pouco geral", disse Vélez Rodríguez, segundo o portal G1.
O futuro ministro da Educação explicou que, por exemplo, no Canadá, onde foi decretada uma lei federal sobre educação de gênero, quando as províncias autônomas começaram a discutir a questão localmente, algumas derrubaram esta lei.
Nesse sentido, disse acreditar "que quando consultadas as pessoas onde moram, enxergando o indivíduo, a educação de gênero é um negócio que vem de cima para baixo, de uma forma vertical e não respeita muito as individualidades".
"A culminância da individualização qual é? A sexualidade. Então, se eu brigo com um indivíduo, vou brigar com a sexualidade e vou querer regulamentar a sociedade por decreto, o que não é bom. Eu acho que é um tiro fora do alvo", acrescentou.
Após a sua nomeação como ministro da Educação, Vélez Rodríguez publicou uma carta em 23 de novembro, na qual defendeu a "preservação de valores caros à sociedade brasileira".
Segundo assinalou em seu texto, "a instrumentalização ideológica da educação em aras de um socialismo vácuo terminou polarizando o debate ao longo dos últimos anos".
"Pretendo colocar a gestão da Educação e a elaboração de normas no contexto da preservação de valores caros à sociedade brasileira, que, na sua essência, é conservadora e avessa a experiências que pretendem passar por cima de valores tradicionais ligados à preservação da família e da moral humanista", afirmou.
Ricardo Vélez Rodríguez, de 75 anos, nasceu na Colômbia, mas se naturalizou brasileiro em 1997. É formado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Javeriana e Teologia pelo Seminario Conciliar de Bogotá.
É mestre em pensamento brasileiro pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), doutor em pensamento luso-brasileiro pela Universidade Gama Filho, e pós-doutor pelo Centro de Pesquisas Políticas Raymond Aron.
Ao longo de sua carreira, lançou mais de 30 obras e, atualmente, é professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército.
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