LONDRES, Nov 29, 2018 / 09:08 am
O Vaticano já teria aprovado o milagre que permitiria que o Beato John Henry Newman fosse declarado santo, algo que poderia acontecer no próximo ano.
O Bispo de Portsmouth (Reino Unido), Dom Philip Egan, escreveu na semana passada no jornal de notícias que recebeu uma cópia do relatório oficial sobre o milagre atribuído à intercessão do beato.
"Parece que, se tudo correr bem, Newman poderia ser canonizado no próximo ano", indicou.
Segundo Pe. Ignatius Harrison, postulador da causa da canonização, ainda faltam dois passos para que o Cardeal Newman seja declarado santo e isso poderia acontecer em 2019.
De acordo com Catholic Herald, a canonização poderia ser celebrada depois da Páscoa do próximo ano.
O milagre seria a cura de uma grávida norte-americana que rezou pela intercessão do Cardeal depois de receber um diagnóstico muito grave. Os médicos ainda não conseguem explicar como a mulher, da Arquidiocese de Chicago, pôde se recuperar.
Em declarações à CNA – agência em inglês do Grupo ACI –,irmã Kathleen Dietz, especialista na vida do Cardeal Newman e vice-chanceler da Diocese de Erie, disse que o Beato "era um homem íntegro. Uma palavra que não é ouvida com muita frequência atualmente, mas simplesmente significa que seguiu o que Deus queria que ele fizesse, sem pensar nas dificuldades. E o que ele fez em sua vida lhe custou muito".
"Ele era um homem muito acadêmico", mas não viveu isolado. "Ele foi extremamente prático e utilizou muito da sua formação erudita na vida concreta", explicou a especialista.
O Cardeal Newman acreditava que a evangelização pode ser realizada através de uma educação de qualidade, disse Dietz.
Atualmente, muitas organizações católicas em universidades não católicas são chamadas de "Newman Societies" ou "Newman Centers" em homenagem ao Beato.
John Henry Newman nasceu em Londres em 21 de fevereiro de 1801. Seu pai era banqueiro e sua mãe pertencia a uma família de fabricantes de papel.
Em 1816, o banco de seu pai faliu devido às guerras napoleônicas e o jovem Newman ficou gravemente doente, o que mais tarde classificaria como algo providencial. Tempos depois, assumiu uma posição religiosa protestante e chegou a dizer que o Papa era o anticristo.
Em 1824, foi ordenado sacerdote da Igreja Anglicana, onde serviu durante alguns anos como pároco de St. Clement, em Oxford.
No final de 1827, sofreu uma espécie de colapso nervoso, provocado pelo excesso de trabalho e pelos problemas econômicos da família, ao que se somou a morte súbita da sua irmã mais nova. Pouco depois, nas férias de 1828, começou a ler as obras dos Padres da Igreja.
Entrou no Movimento de Oxford, que tentava demostrar que a Igreja Anglicana descendia dos apóstolos. Isso o levou a refletir sobre a Igreja Católica e assumir uma posição cada vez mais próxima da comunhão com Roma.
Em 1842, retirou-se à cidade de Littlemore, onde viveu como um monge austero junto com um pequeno grupo de seguidores.
Em 1843, retratou-se formalmente das suas declarações contra a Igreja Católica. Em setembro do mesmo ano, pregou o seu último sermão como anglicano. Dois anos depois, em 1845, converteu-se ao catolicismo. Foi ordenado sacerdote da Igreja Católica em 1º de junho de 1847, em Roma.
Fundou o Oratório de São Felipe Neri e foi criado Cardeal em 15 de maio de 1879, embora não fosse Bispo.
Morreu em 11 de agosto de 1880. Bento XVI o beatificou em 19 de setembro de 2010.
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