REDAÇÃO CENTRAL, Dec 11, 2018 / 15:00 pm
Um estudo da University College London descobriu que os golpes que os bebês dão dentro do ventre materno, entre os quais os chutes, e outros movimentos, os ajudam a desenvolver seu cérebro e reconhecer as partes de seu corpo.
As mães podem começar a sentir os golpes de seus bebês a partir da 16ª semana de gestação, embora alguns movimentos espontâneos começam às sete semanas.
A pesquisa foi publicada em 30 de novembro por Scientific Reports, é codirigida pela doutra Kimberley Whitehead e o pesquisador Lorenzo Fabrizi. Ambos queriam entender como os movimentos de um bebê, enquanto dorme, desenvolvem seu cérebro antes do nascimento.
Como os pesquisadores não podiam estudar as ondas cerebrais dos bebês que ainda estão no útero, encontraram uma maneira criativa de medir as mudanças na atividade cerebral quando estas se aproximam do nascimento.
Para isso, Whitehead e Fabrizi se associaram a University College London, com a qual puderam estudar 19 recém-nascidos, incluindo vários com nascimento prematuro. Utilizando um método não invasivo para medir as ondas cerebrais dos recém-nascidos, a equipe de pesquisa analisou o que aconteceu quando os bebês chutaram enquanto dormiam.
Segundo indicou LiveSciense, o estudo sugere que, com cada golpe ou chute – conhecidos como movimentos fetais –, o bebê constrói uma rede cerebral básica que lhe permite entender qual parte do corpo está se movendo e como se toca.
De acordo com os investigadores, este mapeamento espacial dura até o nascimento, depois do qual esses movimentos já não têm o mesmo efeito no cérebro.
"É como se os movimentos no útero estivessem preparando o bebê para a vida no exterior, proporcionando os suportes neurais sobre os quais o cérebro construirá camadas de complexidade com todos os novos tipos de informação sensorial no mundo", indicou LiveSciense.
Nesse sentido, segundo Kimberley Whitehead, "esses aspectos fundamentais do tato são úteis imediatamente a partir do nascimento para habilidades como amamentação".
Mas, além de servir para entender em que esses movimentos ajudam os bebês, Whitehead e Fabrizi indicaram que o estudo pode ter implicações na atenção clínica neonatal, por exemplo, como envolver um bebê prematuro para que tenha a sensação de estar no útero e desenvolver ainda mais esta rede cerebral básica.
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