26 de dezembro de 2024 Doar
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Solidariedade dos bispos da França com seus pares na Nicarágua diante de grave crise

Mulher com a bandeira da Nicarágua em uma barricada durante protestos de abril. | Voice of America / Domínio público

Os bispos da Conferência Episcopal da França expressaram a sua solidariedade aos seus pares na Nicarágua diante das "horas difíceis da história do seu país", liderado pelo presidente Daniel Ortega, que ataca frequentemente a Igreja Católica.

As expressões de solidariedade estão na carta enviada por Dom Georges Pontier, Arcebispo de Marselha e presidente da Conferência Episcopal Francesa, ao Cardeal Leopoldo Brenes, Arcebispo de Manágua e presidente da Conferência Episcopal da Nicarágua.

"Notícias perturbadoras nos chegam de seu país: problemas e bloqueios, manifestações, operações policiais desproporcionais, mortes e desaparecimentos. Queremos desejar-lhes e assegurar-lhes a nossa solidariedade, a nossa simpatia e a nossa oração", diz a carta publicada pelo site dos bispos franceses em 31 de dezembro.

Os bispos da França lembram em sua carta que na sua mensagem para o tempo do Advento, os bispos da Nicarágua recordaram que o país centro-americano precisa de uma resposta pacífica para alcançar os objetivos de liberdade e justiça; e que é necessário retomar o diálogo para sair da crise.

"Gostaria de reiterar a solidariedade dos bispos da França durante estas horas difíceis na história de seu país. Nossas orações os acompanhem no caminho para a restauração do estado de direito na Nicarágua", conclui a carta.

A crise na Nicarágua

Desde abril, a Nicarágua está enfrentando uma grave crise devido aos protestos contra o autoritarismo do presidente Daniel Ortega.

As manifestações civis foram reprimidas violentamente pelos grupos relacionados ao governo e pela polícia. Além disso, vários bispos e sacerdotes foram atacados e ameaçados.

Segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o número de mortos desde que começaram os protestos aumentou para 325, incluindo 23 crianças e adolescentes.

Entretanto, de acordo com a Associação Nicaraguense de Direitos Humanos, já morreram mais de 530 pessoas. Além disso, há 1300 desaparecidos.

O governo também lançou uma campanha de difamação contra a Igreja Católica, especialmente contra Dom Silvio Báez, Bispo Auxiliar de Manágua. Entretanto, o Prelado recebeu o apoio dos outros bispos e do Arcebispo da capital nicaraguense, Cardeal Leopoldo Brenes.

Dom Báez é um dos bispos mais críticos ao regime liderado por Ortega, o que lhe rendeu mais de um ataque.

Um dos últimos casos de agressão contra a Igreja Católica aconteceu no dia 26 de dezembro do ano passado, quando um suposto grupo de apoiadores do governo de Ortega entrou em uma Paróquia no município de Catarina, na Nicarágua, cometendo atos violentos, proferindo insultos e logo depois tentaram levar a imagem de São Silvestre.

Os agressores entraram quando o pároco, Pe. Jairo Velázquez, estava celebrando a Missa por ocasião das festas do padroeiro São Silvestre. As imagens e vídeo deste ataque viralizaram rapidamente nas redes sociais. 

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