14 de dezembro de 2024 Doar
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Sua mãe o ofereceu à Virgem ao nascer, agora é missionário na Mongólia

Pe. Francisco Javier Olivera, sacerdote missionário na Mongólia. | Cortesia Pe. Francisco Javier Olivera

Depois que Padre Francisco Javier Olivera foi ordenado sacerdote no Japão, sua mãe confessou que, quando ele nasceu, ela o ofereceu à Virgem para que fosse um missionário na Ásia. Desde então, morou no Japão, China e agora na Mongólia, onde há apenas 1200 católicos e a Igreja está presente há menos de 30 anos.

Pe. Francisco Javier Olivera nasceu em Salamanca (Espanha), há 47 anos. Ele é um sacerdote do Caminho Neocatecumenal e tem 28 anos como missionário, desde os seus 19 anos, quando decidiu entrar no seminário Redemptoris Mater Takamatsu (Japão), onde foi ordenado há 22 anos.

Após 16 anos no Japão, morou mais oito anos na China e atualmente está há quatro na Mongólia em uma missão com três famílias católicas e vários missionários leigos.

Como explicou em uma entrevista concedida ao portal 'Religión en Libertad', entre os três países onde foi missionário, para ele o Japão foi "o mais difícil", porque ali "experimentou mais solidão, mesmo estando em uma paróquia", enquanto a China foi o que mais o impressionou, já que "as pessoas são muito curiosas e se tivessem liberdade seria impressionante". "Na Mongólia estamos começando, embora eu ainda ache muito difícil por causa do idioma, do frio, da poluição, da cultura e, especialmente, devido aos muitos impedimentos legais que temos", contou.

A vocação sacerdotal e missionária de Pe. Olivera foi se desenvolvendo aos poucos, mas foi influenciada pelos "muitos missionários e catequistas itinerantes" que visitavam a sua casa e que o deixavam encantado pela vida que levavam. Mas, sem dúvida, a oração que sua mãe fez quando nasceu foi decisiva. "Ela me ofereceu à Senhora para ser missionário na Ásia. Eu não sabia disso, ela me contou em Takamatsu no final da celebração da minha ordenação", assegurou o sacerdote.

Na Mongólia, a Igreja Católica tem apenas 26 anos e a comunidade de fiéis é muito pequena. De uma população de mais de três milhões de habitantes, há apenas pouco mais de 1.200 fiéis e as temperaturas no inverno chegam a 30 graus abaixo de zero.

A Igreja Católica chegou em 1992 quando três missionários do Imaculado Coração de Maria foram enviados para o país. Mais tarde vieram outras congregações de sacerdotes e religiosos, bem como leigos e uma família polonesa. "São paróquias jovens em todos os aspectos, muitos jovens estão se aproximando. É uma igreja pobre. Já temos o primeiro sacerdote mongol ordenado há dois anos e agora temos um diácono", explicou Pe. Olivera.

Este sacerdote participa no país da chamada "missio ad gentes" com três famílias missionárias, duas leigas missionárias e um leigo missionário. Esta "missão" consiste em "falar sobre o amor de Deus" para as pessoas que vão conhecendo aos poucos "através das escolas, trabalhos e das poucas paróquias que estão lá".

"Também ajudamos na paróquia da catedral, com a catequese bíblica. O bispo nos convidou por achar que o Caminho Neocatecumenal poderia ajudar os pagãos e também os recém-batizados a aprofundarem a fé", assegurou.

O dia de Padre Francisco Javier começa às 5h30, quando sai de casa para celebrar a Eucaristia nos conventos de Ulan Bator, capital da Mongólia. Ele estuda mongol, ensina japonês em uma empresa onde tenta "aproveitar a oportunidade para falar sobre Deus, especialmente através das músicas". Também celebra a Eucaristia com cada uma das famílias missionárias em suas casas e às vezes também celebra para uma pequena comunidade chinesa de católicos.

"Algumas pessoas pensam que esta vida é uma loucura, mas eu a quero para mim e se for ficando cada vez mais louca, melhor ainda, pois assim vemos mais que quem conduz é Deus. Agora, começamos de fato a visitar a Diocese de São José de Irtkusk, na Sibéria, é enorme, outro idioma", afirmou em sua entrevista com 'Religión en Libertad' e enfatizou que será "o que Deus quiser e como Deus quiser".

Nestes quatro anos na Mongólia, o trabalho evangelizador tem sido difícil e, ainda que os frutos de conversões sejam raros, o sacerdote explica que existem "pessoas concretas que foram se aproximando da Igreja, especialmente através das várias obras sociais que são realizadas, assistência aos idosos, aos pobres, às crianças pobres e abandonadas, etc. Sem dúvida, o amor demonstrado pelos missionários vai atraindo os mongóis pouco a pouco".

Como prova disso, Pe. Olivera recordou como, em uma catequese, perguntou a um menino se acreditava em Deus. "Ele me disse que estava procurando por Deus na beleza. Ele era pagão e um dia entrou na catedral e viu algumas 'velhinhas' rezando e elas lhe pareceram belas. Como resultado disso, preparou-se e foi batizado".

O presbítero contou também como uma vez, em uma área remota e perigosa da Mongólia, um idoso se aproximou dele e do seminarista que o acompanhava para perguntar se eles eram sacerdotes. "Nós lhe perguntamos como ele sabia e disse que os estrangeiros não iam para aquela área, se viesse algum, sempre era um missionário". Nesses momentos, o sacerdote vê "a mão do Senhor ajudando e cuidando".

Segundo o sacerdote, as três famílias missionárias que participam com ele na tarefa de evangelização na "missio ad gentes" estão felizes e gratas ao Senhor por enviá-las à Mongólia, uma missão nascente.

Pe. Olivera assegurou que não considerou retornar à Espanha e insistiu: "Eu prefiro que Deus decida".

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