Vaticano, Jan 18, 2019 / 15:30 pm
Em sua homilia das Vésperas pelo início da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos no hemisfério Norte, celebrada na Basílica de São Paulo Extramuros, o Papa Francisco incentivou a viver a justiça com os outros, especialmente se são vulneráveis e necessitados.
Antes de começar as Vésperas, o Pontífice, o Cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos, e um patriarca ortodoxo rezaram em silêncio diante das relíquias de São Paulo.
Diante de vários grupos de outras denominações cristãs, como a delegação ecumênica da Finlândia, os alunos do Instituto Ecumênico de Bossey, e uma representação de jovens ortodoxos, o Santo Padre afirmou que "dar honra e glória ao Senhor nas festas do ano caminha de mãos dadas com o prestar honra e justiça ao seu vizinho, sobretudo se é vulnerável e necessitado".
"Quando a sociedade deixa de ter como fundamento o princípio da solidariedade e do bem comum, assistimos ao escândalo de pessoas que vivem em extrema pobreza ao lado de arranha-céus, hotéis imponentes e centros comerciais luxuosos, símbolos de incrível riqueza. Esquecemo-nos da sabedoria da lei mosaica, segundo a qual, se a riqueza não for partilhada, a sociedade divide-se", continuou.
Francisco lembrou que o apóstolo São Paulo disse aos romanos que "aqueles que são fortes devem ocupar-se dos fracos. Não é cristão 'procurar aquilo que nos agrada'. Seguindo o exemplo de Cristo, devemos esforçar-nos por edificar os que são fracos. A solidariedade e a responsabilidade comum devem ser as leis que regem a família cristã".
"Como povo santo de Deus, sempre nos encontramos prestes a entrar no Reino que o Senhor nos prometeu. Mas, estando divididos, precisamos recordar o apelo à justiça que Deus nos dirigiu", prosseguiu.
Recordando que o material da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos deste ano foi preparado por um grupo de cristãos da Indonésia, o Papa alertou para o risco "de prevalecer a lógica conhecida pelos israelitas dos tempos antigos e pelo povo indonésio nos dias de hoje, ou seja, tentando acumular riqueza, esquecermo-nos dos vulneráveis e dos necessitados ".
"É fácil esquecer a igualdade fundamental que existe entre nós: originariamente todos nós éramos escravos do pecado, mas o Senhor salvou-nos no Batismo, chamando-nos seus filhos. É fácil pensar na graça espiritual que nos foi dada como sendo nossa propriedade, algo que nos é devido e pertence", acrescentou.
Depois de afirmar que "é um grave pecado desdenhar ou desprezar os dons que o Senhor concedeu a outros irmãos, pensando que estes sejam de algum modo menos privilegiados aos olhos de Deus", o Papa propôs duas formas de caminhar "rumo à terra prometida que é a nossa unidade".
A primeira é "reconhecer humildemente que as bênçãos recebidas não são nossas por direito, mas por dádiva, tendo-nos sido concedidas para as partilharmos com os outros".
"Em segundo lugar, devemos reconhecer o valor da graça concedida às outras comunidades cristãs. Consequentemente será nosso desejo participar nos dons dos outros. Um povo cristão, renovado e enriquecido por esta troca de dons, será um povo capaz de caminhar, com passo firme e confiante, pelo caminho que leva à unidade", concluiu.
Ao finalizar a oração das Vésperas, o Cardeal Koch agradeceu ao Papa Francisco em nome de todos os participantes "que vieram aqui, unidos pelo desejo de fazer a vontade de nosso Senhor, que quer que todos nós sejamos um".
"Santo Padre, agradecemos sinceramente pelo seu esforço apaixonado em prol da unidade dos cristãos. Prometemos acompanhar o Seu ministério petrino com nossas orações, também em sua viagem apostólica ao Panamá. E pedimos de coração a sua benção apostólica", concluiu o Cardeal.
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