21 de novembro de 2024 Doar
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No Panamá, Papa pede que se mostre aos jovens que uma autoridade pode ser honesta

Papa Francisco acompanhado pelo presidente do Panamá Juan Carlos Varela – | Captura de vídeo

Em seu segundo dia de visita ao Panamá, o Papa Francisco se encontrou com as autoridades civis, o corpo diplomático e diversos representantes da sociedade do país, aos quais exortou a mostrar aos jovens que o serviço público é sinônimo de honestidade e não de corrupção.

O encontro aconteceu no Palácio Bolívar, sede do Ministério das Relações Exteriores, após a cerimônia de boas-vindas e da reunião privada com o presidente panamenho Juan Carlos Varela no Palácio Las Garzas.

No início da cerimônia, o presidente destacou o papel da Igreja na história panamenha, seu testemunho aos necessitados e sua contribuição para a educação.

Da mesma forma, Varela compartilhou com os presentes que ele recebeu formação dos jesuítas e destacou a exortação apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco. Neste documento, indicou o presidente, o Santo Padre "manifestou o seu pedido a Deus por mais políticos capazes e honestos e também se referiu à política como uma altíssima vocação, sendo uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem-comum". "Esta mensagem transcende os confins do catolicismo", afirmou.

Ser exemplo para os jovens

Francisco, que agradeceu as palavras do presidente, disse às autoridades que, "com a sua alegria e entusiasmo, com a sua liberdade, sensibilidade e capacidade crítica, as novas gerações exigem dos adultos, especialmente de todos aqueles que detêm um papel de liderança na vida pública, que tenham uma conduta conforme à dignidade e autoridade de que estão revestidos e que lhes foi confiada".

"É um convite a viver com austeridade e transparência, na responsabilidade concreta pelos outros e pelo mundo; uma conduta que demonstre que o serviço público é sinônimo de honestidade e justiça contrapondo-se a qualquer forma de corrupção", indicou.

O Papa destacou que os jovens exigem de todos, "a começar por quantos se dizem cristãos", "a ousadia de construir uma vida política verdadeiramente humana, que coloque a pessoa no centro como coração de tudo".

Isso implica "criar uma cultura de maior transparência entre os governos, o setor privado e toda a população".

Em seu discurso, o Papa também indicou que o Panamá, por causa de sua localização privilegiada, "constitui um ponto estratégico não só para a região, mas também para o mundo inteiro". "Cada um de vós ocupa um lugar especial na construção da nação e é chamado a assegurar que a mesma possa cumprir a sua vocação de terra de convocação e de encontros", assinalou.

Disse ainda que "é impossível conceber o futuro de uma sociedade sem a participação ativa – e não apenas nominal – de cada um dos seus membros, para que a dignidade seja reconhecida e garantida através do acesso a uma instrução de qualidade e à promoção de um trabalho digno".

"Estas duas realidades juntas são capazes de ajudar a reconhecer e valorizar a genialidade e o dinamismo criativo deste povo, e ao mesmo tempo são o melhor antídoto contra qualquer tipo de tutela que pretenda limitar a liberdade e subjugue ou transcure a dignidade dos cidadãos, especialmente dos mais pobres", afirmou.

JMJ Panamá 2019

O Papa destacou diante das autoridades que estes dias o Panamá é o lar da Jornada Mundial da Juventude, que recebe "jovens provenientes dos cinco continentes, cheios de sonhos e esperanças", e que vêm "rezar e reavivar o desejo e o compromisso de criar um mundo mais humano".

"Assim, desafiarão as visões míopes de curto alcance que, seduzidas pela resignação, a ganância, ou prisioneiras do paradigma tecnocrático, creem que o único caminho possível passa pelo jogo da competitividade, da especulação e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco", afirmou.

Nesse sentido, disse que até o dia 27 de janeiro, quando a JMJ terminar, "seremos testemunhas da abertura de novos canais de comunicação e compreensão, de solidariedade, criatividade e ajuda mútua".

"Sabemos que é possível outro mundo; e os jovens convidam-nos a envolver-nos na sua construção, para que os sonhos não permaneçam algo de efêmero ou etéreo, para que deem impulso a um pacto social no qual todos possam ter a oportunidade de sonhar um amanhã: o direito ao futuro também é um direito humano", expressou.

Finalmente, Francisco agradeceu por ter possibilitado esse encontro e expressou seu desejo de "renovada esperança e alegria no serviço do bem comum". "Que Santa Maria la Antigua abençoe e proteja o Panamá", concluiu.

Após o encontro com as autoridades, o Santo Padre seguiu para a igreja de São Francisco de Assis, para se encontrar com os bispos da América Central. Posteriormente, no final da tarde, participará da cerimônia de acolhida da JMJ no Campo Santa Maria la Antigua.

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