21 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco preocupado pela situação da Venezuela durante sua viagem ao Panamá

Papa Francisco. | Alan Holdren (ACI Prensa) / Bandeira da Venezuela. Pixabay (Domínio público)

Informado sobre o agravamento da tensão no cenário político da Venezuela com o afastamento de Nicolás Maduro, a Sala de Imprensa da Santa Sé emitiu um comunicado em plena viagem apostólica ao Panamá revelando que o Papa acompanha os desenvolvimentos da situação e reza pelos venezuelanos.

Em um breve escrito enviado aos jornalistas acreditados à Sala de Imprensa do Vaticano, o seu diretor ad interim, Alessandro Gisotti, informou:

"O Santo Padre, informado no Panamá das notícias provenientes da Venezuela, segue de maneira próxima o desenvolvimento da situação e reza pelas vítimas e por todos os Venezuelanos. A Santa Sé apoia todos os esforços que permitam poupar ulterior sofrimento à população".

Os conflitos entre manifestantes contrários ao governo de Nicolás Maduro e grupos que apoiam o líder, que sucedeu Hugo Chávez no poder, causou pânico também entre os católicos, suscitando a preocupação dos bispos da Conferência Episcopal Venezuelana.

De maneira particular, os prelados se manifestaram consternados pelo episódio ocorrido na quarta-feira, 23 de janeiro, quando tropas do Exército Bolivariano cercaram a Catedral de Nossa Senhora do Carmo, da cidade de Maturín, onde cerca de 700 manifestantes se refugiaram e entre eles haviam sacerdotes e seminaristas.

A CEV indicou que os padres e demais pessoas estavam "sitiados" e que os militares que apoiam Maduro "tentaram entrar de maneira violenta" no templo católico.

O episódio resolveu-se três horas depois, quando de maneira pacífica os manifestantes puderam deixar a Catedral de maneira pacífica e sem que os soldados do regime causassem danos à igreja, informou a 'Radio Fe y Alegria'.

A situação da Venezuela

A Assembleia Nacional, equivalente ao Plenário do Congresso no Brasil ou o Parlamento português, cuja maioria de deputados pertencem à oposição ao regime Chavista, e que nem sequer é reconhecida pelo presidente Maduro, convocou uma manifestação para quarta-feira, 23, quando se comemorou 61 anos da derrubada da ditadura do general Marcos Pérez Jiménez, que depois fugiu para a República Dominicana.

Além disso, em uma cerimônia pública o deputado que preside a Assembleia Legislativa, constituída por parlamentares escolhidos pelo povo da Venezuela em eleições legítimas, Juan Guaidó, se autoproclamou "Presidente interino da Venezuela" para "conseguir o cessar da usurpação, um governo de transição e ter eleições livres".

Em seguida, o presidente dos EUA, Donald Trump anunciou que reconhece "oficialmente o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino" da Venezuela.

O Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, também expressou seu apoio ao líder da oposição. "Ele tem todo o nosso reconhecimento para impulsionar o retorno do país à democracia", escreveu no Twitter.

A imprensa internacional relatou que os governos do Brasil, Colômbia, Peru, Equador e Costa Rica anunciaram em Davos (Suíça) que também reconhecem Juan Guaidó como "presidente da Venezuela". O anúncio foi feito depois de uma reunião que tiveram seus representantes por ocasião da Reunião Anual do Fórum Econômico Mundial que se realiza no país europeu.

Nestes momentos de tensão e de violência, os prelados da Venezuela pedem "ao povo católico e aos homens e mulheres de boa vontade a orar pela Venezuela nesta hora, para que se restaure o rumo constitucional e obtenhamos um país espiritual e materialmente próspero".

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