19 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco: A vida só tem valor na doação aos outros por amor

Papa Francisco celebrando a Eucaristia. | Vatican Media.

Durante a missa celebrada na sexta-feira, 8 de fevereiro, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco afirmou que o martírio de São João Batista é um grande testemunho que recorda que "a vida tem valor somente na doação ao outros, no amor, na verdade, na vida cotidiana, na família".

Em sua homilia, o Santo Padre nos convidou a meditar sobre os quatro protagonistas da história do Evangelho de São Marcos, dedicado à decapitação de São João Batista.

Uma narração com quatro personagens, que o Papa encorajou a ver "abrindo o coração" para o Senhor nos falar: o rei Herodes "corrupto e indeciso"; Herodíades, a mulher do irmão do rei "que sabia somente odiar"; Salomé "a bailarina vaidosa" e o profeta "decapitado solitário na prisão".

O pontífice comenta que São João "sabia que deveria se aniquilar" e lembrou que ele havia dito isso desde o início falando de Jesus: "Ele deve crescer, eu, ao invés, diminuir". E ele "diminuiu até a morte", afirmou.

"Foi o precursor, o anunciador de Jesus, que disse: 'Não sou eu, este é o Messias'. Ele o mostrou aos primeiros discípulos, recordou o Papa, e depois a sua luz se apagou aos poucos, até a escuridão daquela cela, na prisão, onde, solitário, foi decapitado", lembrou o papa.

O martírio é um mistério

Nesta linha, o Papa perguntou: Por que isso aconteceu? E explicou que "a vida dos mártires não é fácil de contar. O martírio é um serviço, um mistério, é um dom da vida muito especial e muito grande". E no final, as coisas se concluem violentamente por causa de "atitudes que levam a tirar a vida de um cristão, de uma pessoa honesta, e a fazê-lo mártir".

Depois, o Santo Padre analisou as atitudes dos outros três protagonistas do martírio. O rei Herodes, que "acreditava que João fosse um profeta", "o ouvia de bom grado", a um certo ponto "o protegia", mas o mantinha na prisão. Estava indeciso, porque São João "repreendia o seu pecado", o adultério.

"No profeta", explicou o papa, "Herodes ouvia a voz de Deus que lhe dizia: 'Muda a vida'. Mas não conseguia fazê-lo. O rei era corrupto, e onde há corrupção, é muito difícil sair".

Posteriormente, o papa descreveu Herodíades, a mulher do irmão do rei, morto por Herodes para ficar com ela. O Evangelho diz que ela "odiava" João porque dizia as coisas claramente. "E sabemos que o ódio é capaz de tudo, é uma grande força. O ódio é o sopro de satanás. Nós pensamos que ele não sabe amar, não pode amar. Seu 'amor' é o ódio. E essa mulher, tinha o espírito satânico do ódio", explicou Francisco.

A terceira personagem é a filha de Herodíades, Salomé, exímia dançarina "que agradou tanto aos convidados, como ao rei" e Herodes promete à moça "Eu te darei tudo". "Usa as mesmas palavras que usou Satanás para tentar Jesus", disse o papa.

"Por detrás desses personagens está satanás, semeador de ódio na mulher, semeador de vaidade na moça, semeador de corrupção no rei. E o "maior homem nascido de uma mulher" acabou sozinho, em uma cela escura da prisão, por capricho de uma dançarina vaidosa, o ódio de uma mulher diabólica e a corrupção de um rei indeciso. É um mártir, que deixou sua vida diminuísse, diminuísse, diminuísse, para dar lugar ao Messias", explicou o Santo Padre.

Testemunho de um grande homem e grande santo

Desta forma, o Papa Francisco observou que São João morre ali, na cela, no anonimato "como tantos dos nossos mártires". O Evangelho diz apenas que "os discípulos foram pegar o cadáver para sepultá-lo". "É um grande testemunho, de um grande homem, de um grande santo", acrescentou.

"A vida só tem valor no doá-la, no doá-la no amor, na verdade, no doá-la aos outros, na vida cotidiana, na família. Sempre doá-la. Se alguém pega a vida para si mesmo, para guardá-la, como o rei em sua corrupção ou a senhora com o ódio, ou a menina, a jovem com sua própria vaidade - um pouco adolescente, inconsciente  - a vida morre , a vida acaba murchando, não serve", destacou o Santo Padre.

No final, o Papa Francisco sugeriu "recordar a imagem, os quatro personagens: o rei corrupto, a senhora que só sabia odiar, a jovem vaidosa que não tem consciência de nada, e o profeta decapitado, sozinho em uma cela. Olhar para isso, e cada um abra o coração para que o Senhor lhe  fale  sobre isso", concluiu.

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