21 de novembro de 2024 Doar
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Não podemos ficar quietos diante do sofrimento na Venezuela, expressa Bispo colombiano

Migrantes venezuelanos cruzam fronteira para Colômbia. Crédito: ACI Prensa

O Bispo de Cúcuta (Colômbia), Dom Victor Ochoa, assinalou que "não podemos ficar quietos" diante do sofrimento do povo da Venezuela e, a este respeito, recordou que a Igreja tem respondido desde o início da crise humanitária no país vizinho.

Em declarações ao Grupo ACI, o Prelado indicou que, desde 17 de agosto de 2015, quando o regime de Nicolás Maduro começou a deportar os cidadãos colombianos da Venezuela, a Igreja em Cúcuta "começou seus serviços aos irmãos em dificuldade".

Desde então, e através de várias iniciativas, como a Casa de Passagem Divina Providência, a Diocese atende milhares de pessoas que cruzam a fronteira todos os dias.

Dom Ochoa indicou que Cúcuta é a cidade colombiana com mais desemprego, "mais de 21% de desemprego e quase 75% de informalidade". No entanto, "a Igreja está intervindo humanitariamente".

"Estamos ajudando esta crise há três anos. Estamos fazendo isso, ajudamos muitas instituições na Venezuela. Também com a ajuda do governo dos Estados Unidos. Temos um consultório médico que atende quase 800 pessoas diariamente. Estamos distribuindo alimentos, estamos ajudando as pessoas que migram", indicou.

O Prelado afirmou ao Grupo ACI que estão ajudando esta situação de emergência como Igreja.

Nesse sentido, disse que, desde meados de 2015, distribuíram "um milhão de refeições quentes de boa qualidade, sem contar as refeições de emergência".

"Quando termina o alimento separado para o dia, distribuímos macarrão com atum, ou arroz com atum e um pão, para que nenhuma gestante vá embora sem comer, para que nenhuma criança vá embora sem comer, para que nenhum idoso vá embora sem comer", destacou.

O Bispo disse que na Casa de Passagem Divina Providência distribuem cerca de cinco mil refeições diárias. Outras cinco mil refeições são entregues em oito paróquias.

"Tentamos viver aqui a caridade da Igreja com muita fidelidade ao Senhor: 'Porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes'", disse Dom Ochoa, ressaltando o desejo dos fiéis de poder fazer mais pelos migrantes.

A esse respeito, destacou a colaboração de cerca de 800 voluntários de paróquias e movimentos, dentre os quais há também sacerdotes e religiosos.

O Bispo explicou que, segundo as cifras do governo colombiano, atravessam a fronteira por dia entre 40 mil e 60 mil pessoas, mas aos sábados e domingos o número aumenta para 80 mil. Destes, cerca 2600 caminham para o Equador, Peru ou Chile. "Os demais, os outros 3400 ficam na Colômbia", afirmou.

Brasil abre centro de coleta

Na segunda-feira, foi informado que o Brasil aceitou instalar em seu território um centro de coleta de ajuda humanitária para a Venezuela, como fez a Colômbia na semana passada em Cúcuta.

Desde quinta-feira que chega ao centro de coleta de Cúcuta a ajuda oferecida pelos Estados Unidos a Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional e autoproclamado presidente interino da Venezuela no último dia 23 de janeiro.

No entanto, o presidente Nicolás Maduro enviou tropas para impedir a entrada da ajuda com o argumento de que seria o início de uma intervenção dos Estados Unidos no país.

"A Venezuela não vai permitir o show da ajuda humanitária falsa, porque não somos mendigos de ninguém (...) O pacote é muito bonito por fora, mas por dentro tem veneno", disse Maduro na sexta-feira.

Sobre este assunto, Dom Ochoa expressou sua esperança de que essa ajuda entre na Venezuela. "Essa já é uma questão política para não permitir o acesso. Queremos que o povo venezuelano tenha tudo de que precisa", manifestou.

Lester Toledo, coordenador da ajuda humanitária nomeado por Juan Guaidó, disse em 11 de fevereiro que, além dos Estados Unidos, "há dezenas de países da região, o Grupo de Lima e da Europa, que já estão disponíveis para trazer as primeiras toneladas de ajuda, medicamentos e alimentos".

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