21 de novembro de 2024 Doar
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Entrou no mosteiro beneditino aos 22 anos e explica o motivo

Frei Ignacio Esparza | Captura de tela

Frei Ignacio Esparza é um jovem de 24 anos que, ao terminar seus estudos na Universidade de Navarra (Espanha), decidiu seguir sua vocação e entrar no mosteiro beneditino de Leyre, em Navarra.

Em entrevista concedida a Arguments, o jovem contou que responder ao chamado de Deus "é um processo no qual o Senhor é o protagonista, e no dia a dia o Senhor vai chamando, muitas vezes temos a intuição desde antes de poder fazê-la explícita", assegura e afirma que entrar em Leyre e ser um monge beneditino foi algo para o qual não pôde "dizer não".

Quando perguntado sobre o que mais lhe custa na vida do mosteiro, o jovem respondeu "meio de brincadeira e meio sério, acordar todos os dias tão cedo" e que "todos os dias sejam iguais".

Embora, explicou, "é também a grandeza desta vida, porque todo o exterior se apaga e permite que a pessoa vá ao essencial, para se centrar no Senhor, que é aquele que chama e tem uma história de amor pensada para cada um".

Frei Ignacio assegurou que neste tempo aprendeu que é necessário "renovar todos os dias a entrega feita ao Senhor. Todos os dias temos medo, mas todos os dias temos a graça para poder vencê-lo e aprendemos que não se trata tanto do que vai acontecer no futuro, mas se trata de que o Senhor hoje e agora nos dá a graça e o que temos que fazer é acolher esta graça".

Sobre a separação de sua família, o jovem explicou que, embora dentro da clausura "estejamos menos por dentro do que acontece na família", ao mesmo tempo "os laços são mais profundos". "Por causa da escassez de momentos para estarmos juntos, temos mais profundidade", afirmou.

O jovem animou aqueles que se questionam sobre vocação a "se jogarem de cabeça, sem duvidar", porque independente do chamado "todas as vocações são uma entrega ao Senhor e todos os caminhos que podemos escolher na vida, se forem vistos com fé, terminam sendo caminhos que levam ao Senhor e isso é a única coisa essencial na vida. É o maior que temos".

Também destacou o dom do celibato para "quem se propõe uma vocação de especial entrega ao Senhor". "É uma vocação muito gozosa, onde o Senhor te completa por inteiro", afirmou.

Questionado sobre como mudar o mundo estando fora dele, Frei Ignacio explicou que existem duas maneiras. "A primeira é a oração, que tem efeitos que não podemos imaginar (...). Não se muda o mundo, mas sim as coisas pequenas ou grandes que são as que estão formando o mundo", afirmou.

Em segundo lugar, destacou que "precisamos também mudar a nós mesmos, para que este mosteiro, esta sociedade monástica que formamos, nos aproxime mais do Senhor como comunidade".

"São Bento diz que não devemos colocar nada antes da obra de Deus, nada antes do nosso trabalho de monges que é a oração da liturgia". "A coisa mais bonita desta vida é que nas tarefas diárias, que são tão prosaicas quanto estar na cozinha, passando roupa ou esfregando o chão", podemos "encontrar o Senhor e o amor do Senhor", assegurou.

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