22 de dezembro de 2024 Doar
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Reunião de Bispos sobre proteção de menores motiva renovação da Igreja, diz Cardeal

Basílica de São Pedro no Vaticano. | Daniel Ibáñez / ACI Prensa

O Cardeal Jorge Urosa Savino, Arcebispo Emérito de Caracas (Venezuela), afirmou que o próximo encontro mundial dos Bispos sobre a proteção de menores, convocado pelo Papa Francisco de 21 a 24 de fevereiro no Vaticano, é um incentivo para a renovação da Igreja.

"Três temas principais serão abordados: a responsabilidade pastoral e jurídica dos bispos e superiores gerais em casos de abuso sexual; a necessidade de transparência, isto é, que não haja ocultação de casos; e as propostas de medidas e métodos para prevenir estes atos pecaminosos e criminosos, e punir devidamente os culpados de abuso sexual de menores", escreveu o Cardeal em um artigo intitulado 'Reunião sobre Proteção de menores: Um chamado à renovação espiritual (Ef 4,17-5,3)'.

No texto enviado ao Grupo ACI pelo próprio Cardeal Urosa, o Purpurado disse que, embora "haja muitas expectativas" sobre o encontro, "o próprio Papa alertou sobre isso, para que não haja frustração. Em 4 dias não se poderá resolver tudo".

Para esta reunião foram convocados os bispos presidentes das 115 Conferências Episcopais do mundo inteiro, os patriarcas das Igrejas Orientais Católicas e os encarregados de dicastérios vaticanos.

O Arcebispo Emérito de Caracas ressaltou que no evento "haverá um clima de oração e reflexão para a busca de soluções. Espera-se que, como parte do estudo dos temas propostos, neste ambiente sejam abordadas as causas profundas do fenômeno".

"É importante que se busque solução para o problema do clericalismo, entendido como abuso do poder eclesiástico pelos culpados desses crimes. E me parece que vai ser necessário abordar também a questão das faltas em si mesmas, ou seja, os pecados e fracassos na vivência da castidade consagrada ao Senhor, que se rompe com uma atividade sexual imoral e criminosa", escreveu.

"Também é importante levar em consideração que a maioria dos abusos de menores são relações homossexuais com adolescentes. Isso exige atenção, solução e correção", precisou o Arcebispo Emérito.

Depois de recordar que "os abusos de menores são pecados contra o sexto mandamento em geral", o Cardeal destacou que isso "indica um escurecimento da consciência moral por parte de alguns, com a fragilidade na vivência da castidade, com o relativismo moral que minimiza a gravidade do pecado, com infidelidade à consagração a Deus no celibato sacerdotal e nos votos religiosos".

O Cardeal Urosa destacou que este encontro constitui "um chamado vivo e positivo para a renovação interior de todos nós, ministros da Igreja e consagrados Trata-se de renovar nossa consagração a Deus em resposta à bela vocação de nos entregar totalmente ao Senhor, como fez São Paulo".

Também, disse o Cardeal venezuelano, deve ser feito "um chamado aos formadores de sacerdotes e de consagrados em nossos seminários e casas de formação. Precisamos insistir e educar os formandos nos ensinamentos sobre a sexualidade legítima, a motivação para viver a castidade perfeita, a fidelidade à palavra dada, a prudência e sabedoria para evitar e superar as tentações".

Espera-se ainda que "os formadores sejam prudentes e ao mesmo tempo rigorosos em formar bem aqueles que percebam com vocação autêntica, e retirem ou orientem aqueles que não tenham vocação ao celibato ou à castidade consagrada, para que sigam o caminho normal da vida secular, no casamento ou como solteiros. Mas que não se sobrecarreguem com fardos que não poderiam suportar".

"Tomara que esta reunião oportunamente convocada pelo Papa Francisco chame a uma vivência mais fiel, elevada e autêntica da consagração a Deus e a uma rigorosa observância da castidade", manifestou o Cardeal Urosa.

O Purpurado também expressou seu desejo de que, "neste mundo erotizado e relativista, que rejeita regras e restrições, os sacerdotes do Senhor e os consagrados sejamos realmente testemunhas do Reino de Deus, do amor total de Cristo à Igreja e à humanidade, e do futuro Reino dos Céus".

"Para isto: que se faça um chamado vivo, intenso e positivo para a renovação espiritual de todos os sacerdotes e consagrados. Acolhamos o chamado de São Paulo para a renovação espiritual. 'Renovem-se no espírito de sua mente'", concluiu.

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