Vaticano, Mar 1, 2019 / 10:00 am
O porta-voz da Santa Sé, Alessandro Gisotti, informou que a Congregação para a Doutrina da Fé investigará o caso do Cardeal George Pell, depois de sua condenação por um tribunal australiano em primeira instância por supostos abusos sexuais.
O Cardeal foi considerado culpado em dezembro de 2018 por um tribunal em Melbourne (Austrália) por supostamente abusar de dois menores na década de 1990.
No entanto, a imprensa só pôde divulgar a sentença agora, porque desde junho de 2018 havia uma proibição judicial de informar na Austrália sobre o primeiro julgamento, para evitar influência em outro sobre acontecimentos da década de 1970, quando era sacerdote em Ballarat. No entanto, este segundo processo foi recentemente descartado pelos promotores.
Em comunicado divulgado na quarta-feira, 27 de fevereiro, o diretor interino da Sala de Imprensa do Vaticano, Alessandro Gisotti, confirmou que "o Cardeal Pell não é mais o prefeito da Secretaria para a Economia da Santa Sé". "Eu também posso declarar que após a condenação em primeiro grau do purpurado australiano, a Congregação para a Doutrina Fé se ocupará do caso segundo as modalidades e os tempos estabelecidos pela norma canônica".
Em um comunicado divulgado em 26 de fevereiro, Gisotti lembrou que o Cardeal recorreu da sentença de dezembro. Enquanto espera a decisão final e, "para assegurar o percurso da justiça, o Santo Padre confirmou as medidas cautelares já adotadas em relação ao Cardeal George Pell pelo ordinário do lugar ao retorno do Cardeal Pell à Austrália", afirmou.
Isso quer dizer que, "à espera da averiguação definitiva dos fatos, está proibido ao Cardeal Pell, a título de medida cautelar, o exercício público do ministério e, segundo a norma, todo e qualquer tipo de contato com menores de idade".
Por outro lado, a imprensa internacional informou que, após a condenação, a corte de Melbourne revogou a liberdade sob fiança do Cardeal, de modo que o Purpurado foi levado para a prisão na quarta-feira.
O Cardeal Pell assegura que que é inocente dessas acusações.
Criado Cardeal em 2003, George Pell entrou em 2013 no Conselho de Cardeais, conhecidos como C9, que aconselha o Papa sobre a reforma da Cúria; e, em 2014, foi nomeado Prefeito do Dicastério responsável pelas finanças da Igreja.
Em 2014, a comissão que investiga casos de abusos na Austrália o chamou para testemunhar sobre supostos encobrimentos a sacerdotes abusadores na década de 1970. A acusação foi formalizada em dezembro de 2015, embora ele tenha negado conhecer qualquer denúncia.
Em outubro de 2016, foi acusado de abusos em Melbourne. A acusação foi formalizada em 2017 e, em julho do mesmo ano, o Cardeal Pell deixou suas responsabilidades na Cúria Romana para retornar para a Austrália e se defender pessoalmente das acusações.
O Purpurado sempre defendeu sua inocência e relatou ter sido vítima de um ataque contra sua pessoa.
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