22 de dezembro de 2024 Doar
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Estes são os marcos do Pontificado de Francisco segundo Alessandro Gisotti

Alessandro Gisotti, Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano. | Daniel Ibáñez / ACI Prensa

Nesta quarta-feira, 13 de março, o Papa Francisco completará seis anos como Pontífice. Este aniversário acontecerá enquanto se encontra em exercícios espirituais junto com a Cúria Romana.    

Por ocasião deste aniversário, Alessandro Gisotti, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé desde dezembro de 2018, concedeu uma entrevista a Vatican News na qual analisa alguns dos principais marcos do pontificado de Francisco.

Migrantes

Gisotti destacou a preocupação do Papa com os migrantes ao longo de todo o seu pontificado: "O Papa mostra que os migrantes são pessoas e não cifras. E o faz porque tem uma atenção constante sobre eles, enquanto vemos que, infelizmente e frequentemente, a mídia se ocupa de migrantes quando tem uma crise grave, o naufrágio de um navio ou situações de emergência por causa de uma guerra".

"Além da sua primeira viagem a Lampedusa (Itália)", onde foi logo após sua eleição como pontífice para consolar os migrantes que naquela ocasião chegavam em massa a esta ilha italiana, depois  "seguiram muitíssimos gestos de proximidade aos migrantes".

Neste contexto, fará sua próxima viagem ao Marrocos (30 e 31 de março), onde visitará um centro de Caritas para os migrantes. Também em sua próxima viagem à Bulgária e à República da Macedônia do Norte, de 5 a 7 de maio, visitará um campo de refugiados.

Reconciliação

O Diretor da Sala de Imprensa também se referiu ao envolvimento de Francisco nos diferentes processos de paz e reconciliação no mundo.

Especificamente, falou sobre sua recente viagem aos Emirados Árabes Unidos, de 3 a 5 de fevereiro, onde assinou com o Grão-Imã de Al-Azhar, a mais alta autoridade religiosa islâmica sunita, uma "Declaração Comum sobre a Fraternidade Humana".

Essa Declaração "é um gesto profético e corajoso do qual, certamente, já recolhemos os frutos, mas os recolheremos também no futuro".

"O tema do diálogo é algo que está no coração do Papa e o vê sempre com este binômio diálogo-amizade. Nunca é um diálogo como uma finalidade específica, mas é um diálogo que nasce do encontro", explicou.

Proteção de menores

Na entrevista, Alessandro Gisotti também valorizou o encontro sobre a proteção de menores que aconteceu no Vaticano de 21 a 24 de fevereiro.

"Foi um encontro necessário. Eram muitos a ter dúvidas que fosse o caso oportuno de manter esse encontro, enquanto o Papa, a esse respeito, deu demonstração de coragem e, inclusive, na minha opinião, de uma coragem profética porque, pela primeira vez – diante de um escândalo terrível que coloca em risco não somente a credibilidade, mas, por alguns aspectos, a própria missão da Igreja – quis convocar todos os presidentes dos episcopados". 

Um Papa sereno

Perguntado sobre qual aspecto mais o marcou sobre o Papa Francisco nestes dois meses e meio como Diretor Interino da Sala de Imprensa da Santa Sé, Alessandro Gisotti declarou categoricamente que "sua serenidade".

"Nós, obviamente, vivemos e não podemos esconder – o próprio Papa não esconde – um momento muito delicado, em especial, justamente pelo escândalo terrível dos abusos. Todavia, mesmo com essa grande consciência e também com essa coragem em enfrentar tal situação, Francisco não perde a calma, a serenidade", assegurou.

Na verdade, disse, "vendo-o inclusive nos momentos privados, me tocou, por exemplo, vê-lo bem próximo rezando, se vê realmente um homem em paz. É uma paz que obviamente não vem do mundo, mas que provém de Deus".

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