27 de dezembro de 2024 Doar
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Igreja na Nicarágua deplora violência contra marcha pela liberdade de presos políticos

Protesto na Nicarágua em 2018. | Voice of America, domínio público

A Arquidiocese de Manágua condenou a violência da polícia contra as pessoas que fizeram uma manifestação pacífica no sábado, 16 de março, a favor da liberdade dos presos políticos na Nicarágua.

"A Arquidiocese de Manágua deplora e condena os acontecimentos da tarde de sábado, 16 de março, na capital, que evidenciam a necessidade de resolver a crise nacional com franca e efetiva responsabilidade", assinala um comunicado.

No sábado, 16 de março, às 14h, realizou-se em Manágua uma grande marcha a favor da liberdade dos presos políticos. No dia anterior, a polícia havia informado que não permitiria sua realização.

Os manifestantes, convocados pela plataforma Unidad Nacional Azul y Blanco, tinham doze recomendações para a manifestação, entre as quais, não provocar a polícia e caminhar em grupos de pelo menos 15 pessoas.  

Desde as primeiras horas da manhã, a polícia esteve presente nos pontos de concentração, prendeu dezenas de participantes e agrediu jornalistas que acompanhavam os detalhes do evento.

No total, foram mais de 100 presos, entre os quais estava Pe. Juan Domingo Gutiérrez Álvarez, Vigário Paroquial da Paróquia de Santo Agostinho, na zona pastoral central de Manágua. Após sua libertação, foi levado para a casa paroquial pelo Núncio Apostólico, Dom Waldemar Sommertag.

O Núncio também mediou a libertação de alguns manifestantes que estavam cercados pela polícia de choque em um posto de gasolina.

O Cardeal Leopoldo Brenes "esteve atento ao desenvolvimento dos acontecimentos e em comunicação com o Núncio Apostólico, a quem agradece pelos esforços pela libertação do Presbítero Juan Domingo Gutiérrez Álvarez e demais cidadãos", assinala o comunicado da Arquidiocese de Manágua.

A repressão da polícia também deixou vários feridos nas manifestações de sábado, que foram até altas horas da noite.

"Esperamos que os lamentáveis acontecimentos exijam a máxima e sincera vontade na busca de soluções eficazes e rápidas, como todos os nicaraguenses desejamos", conclui o texto.

Vários bispos também expressaram seu apoio aos detentos, como Dom Carlos Enrique Herrera, Bispo de Jinotega, que manifestou sua "solidariedade aos cidadãos que foram presos por exercerem o seu direito legítimo à manifestação pacífica. Como Igreja, também nos solidarizamos com o Padre Juan Domingo Gutiérrez, que como cidadão e católico também esteve na mobilização".

Dom Jorge Solórzano Pérez, Bispo de Granada, escreveu em sua conta no Twitter: "Repressão condenável sofreram os cidadãos e jornalistas pela polícia, minhas orações pelos detidos e agredidos. Que o Senhor continue sendo nossa força!".

Por sua parte, o Bispo Auxiliar de Manágua, Dom Silvio Báez, expressou: "Minha oração por todos os detidos pela polícia hoje em Manágua, por exercerem o seu direito constitucional de manifestar-se. Especialmente, a minha proximidade e solidariedade com o Padre José Domingo Gutiérrez que foi preso pacificamente carregando uma bandeira da Igreja na mão".

Esta semana Dom Waldemar Sommertag, acompanhado pelo secretário da Nunciatura, Dom Andrea Piccioni, visitou 16 presos políticos que estão na Penitenciária Integral da Mulher e Penitenciária Nacional Jorge Navarro (A Modelo).

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