22 de dezembro de 2024 Doar
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Papa Francisco recorda sua viagem ao Marrocos, onde foi como servidor da esperança

Papa Francisco na Audiência Geral. | Lucia Ballester / ACI Prensa

Durante a Audiência geral desta quarta-feira, 3 de abril, na Praça de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco recordou sua viagem apostólica ao Marrocos, que teve como lema "Servidor da Esperança".

O Santo Padre destacou que, em 30 e 31 de março, realizou esta visita a convite do Rei Mohammed VI e das autoridades marroquinas, aos quais agradeceu por sua acolhida e colaboração. "Especialmente ao Rei: foi muito fraterno, muito amigo, muito próximo", disse.

Em sua catequese, o Pontífice explicou que realizou esta viagem para dar outro passo "um novo passo no caminho do diálogo e do encontro com os irmãos e irmãs muçulmanos", para recordar o encontro entre São Francisco de Assim e o sultão al-Malik al-Kamil há 800 anos, assim como a viagem do Papa João Paulo II, em 1985.

"Servir a esperança significa criar ponte entre as civilizações e, junto com o Rei Mohammed VI, reiteramos que as religiões são essenciais para defender a dignidade humana, promover a paz, a justiça e o cuidado da criação, nossa casa comum", assinalou.

Assim, o Papa recordou que assinou com o Rei Mohammed CI um apelo por Jerusalém, "para que a Cidade Santa seja preservada como patrimônio da humanidade e lugar de encontro pacífico para os fiéis das três religiões monoteístas".

Encontro com migrantes

Do mesmo modo, o Santo Padre assinalou que prestou especial atenção "à questão migratória" em seu discurso às autoridades e no encontro com migrantes realizado na sede da Cáritas, em Rabat. "Alguns deles testemunham que a vida muda e volta a ser humana quando quem emigra encontra uma comunidade que o acolhe como pessoa. Isso é fundamental".

Nesse sentido, o Pontífice lembrou que, em dezembro de 2018, ratificou-se em Marraquexe o "pacto mundial para uma migração segura, ordenada e regular", que foi um "passo importante para a assunção de responsabilidade da comunidade internacional".

"Como Santa Sé, oferecemos nossa contribuição que se resume em quatro verbos: acolher os migrantes, proteger os migrantes, promover os migrantes e integrar os migrantes", destacou o papa, dizendo que "não se trata de se reduzir a realizar programas de assistência social a partir de cima", mas de "fazer uma viagem juntos através destas quatro ações, para construir cidades e países que, ao mesmo tempo em que conservam suas respectivas identidades culturais e religiosas, estejam abertas às diferenças e sabem como valorizá-los em nome da fraternidade humana".

Deste modo, o Pontífice assegurou que "a Igreja no Marrocos está muito comprometida com a proximidade aos migrantes; por isso, quis agradecer e incentivar quem se dedica generosamente a seu serviço ao cumprir a palavra de Cristo: fui forasteiro e me recebeste".

Por isso, o Santo Padre revelou que ele não gosta de dizer "migrantes", mas que gosta de dizer "pessoas migrantes" e denunciou que na atualidade vivemos em uma "cultura dos adjetivos", na qual esquecemos os substantivos, a substância. Ao dizer "pessoa migrante há respeito", expressou.

Além disso, o Papa Francisco explicou que o domingo foi dedicado à comunidade cristã. Neste dia, visitou o Centro Rural de Serviços Sociais, administrado pelas Filhas da Caridade; depois, na Catedral de Rabat, teve um encontro com sacerdotes, pessoas consagradas e o Conselho Ecumênico das Igrejas; e concluiu com a Missa da qual participaram milhares de pessoas de cerca de 60 nações diferentes.

"O que conta não é a quantidade, mas que o sal tenha sabor, que a luz brilhe e que a levedura tenha a força de fermentar toda a massa, E isso não vem de nós, mas de Deus, do Espírito Santo que nos faz testemunhas de Cristo onde estamos, em um estilo de diálogo e de amizade, para viver, sobretudo, entre nós cristãos", explicou o Papa.

Referindo-se à Eucaristia final, o Santo Padre indicou que foi "uma singular epifania do Povo de Deus no coração de um país islâmico", onde a parábola do Pai misericordioso do Evangelho de São Lucas "fez brilhar em meio a nós a beleza do desenho de Deus, o qual quer que todos os seus filhos façam parte de sua alegria, da festa do perdão e da reconciliação".

"Não é por acaso que ali onde os muçulmanos invocam todos os dias o Clemente e Misericordioso, tenha ressoado a grande parábola da misericórdia do Pai. É assim: só quem renasceu e vive no abraço deste Pai, só os que se sentem irmãos, podem ser no mundo servidores da esperança", concluiu.

Posteriormente, em sua saudação ao peregrinos de língua árabe, o Pontífice afirmou que, "como filhos de Deus, somos chamados a viver a fraternidade humana com todos e a ver em cada irmão, especialmente no necessitado e no marginalizado, o rosto de Cristo Salvador".

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