COLOMBO, Apr 26, 2019 / 12:00 pm
Em meio à dor, o Arcebispo de Colombo, Cardeal Albert Malcolm Ranjith, presidiu o funeral de 250 católicos que morreram nos atentados ocorridos no Sri Lanka em 21 de abril de 2019, durante as celebrações do Domingo de Páscoa.
A série de ataques ocorreu em três igrejas e três hotéis de várias cidades do país asiático, deixando mais de 359 mortos e centenas de feridos. O Estado Islâmico reivindicou a autoria dos ataques em 23 de abril.
O jornalista italiano de 'Il Foglio', Matteo Matzuzzi informou que os funerais foram presididos até quinta-feira, 25 de abril.
"Por razões de segurança, muitos funerais são realizados em grupos. Sacerdotes e bispos auxiliares se revezam", explicou o jornalista em sua conta no Twitter.
A agência vaticana Fides informou que na terça-feira, 23 de abril o Cardeal Ranjith presidiu uma Missa pelos falecidos na igreja de São Sebastião, em Negombo, norte de Colombo, que foi um dos alvos dos ataques.
A igreja estava fortemente protegida pelo exército, pela força aérea e pela polícia.
"Com lágrimas e tristeza enterramos nossos irmãos e irmãs que perderam a vida no trágico ataque", disse o Purpurado durante o funeral, no qual esteve acompanhado pelos bispos auxiliares Dom Maxwell Silva e Dom J.D.. Anthony, junto com vários sacerdotes.
"Ninguém tem o direito de tirar a vida. A vida é um dom de Deus. Qual é o propósito de matar pessoas inocentes? Colecionar tesouros neste mundo? Ou assumir o poder e governar este país sobre o sangue dos pobres inocentes? Sobre os corpos de pessoas sem nenhuma culpa? Exorto-lhes que freiem esse derramamento de sangue. Basta de matar, pelo menos neste momento. Eu peço pelo amor de Deus. É o que os assassinados esperam de nós", expressou o Arcebispo de Colombo.
Em outro momento, o Cardeal Ranjith recordou que "somente Deus tem o poder de decidir e devemos obedecer a sua vontade".
"Talvez neste momento, algum dos responsáveis por esta tragédia pode estar nos escutando. Devemos dizer a todos eles que nós não aceitamos tais atos por nenhum motivo. Qualquer que seja a expectativa, é errado fazer essas coisas", expressou.
Finalmente, o Cardeal Ranjith disse que todos os "irmãos falecidos já são mártires".
O Sri Lanka tem cerca de 22 milhões de habitantes. Os cristãos representam 7% da população, enquanto os budistas são 70%, os hindus 15% e os muçulmanos 11%.
Esta não é a primeira vez que os cristãos são atacados em plena Semana Santa em um país onde são minoria.
Em 9 de abril de 2017, no Domingo de Ramos, 30 pessoas foram assassinadas e ao menos 70 ficaram feridas em um ataque suicida à igreja copta de Tanta (Egito). Outro terrorista suicida atentou contra a igreja de São Marcos no distrito da Manshyia na Alexandria, deixando 16 mortos e 66 feridos.
No dia 27 de março de 2016, também no Domingo de Páscoa, ao menos 75 pessoas foram assassinadas e outras 340 ficaram feridas no atentado suicida contra o parque Gulshan-E-Iqbal, em Lahore (Paquistão), onde os católicos celebravam a Santa Missa pela Ressurreição de Cristo. Também morreram vários muçulmanos que se encontravam nas redondezas do lugar.
No dia 2 de abril de 2015, uma Quinta-feira Santa, terroristas muçulmanos ingressaram na Universidade de Garissa, no Quênia, e assassinaram 148 estudantes cristãos, deixando mais de 70 feridos.
Confira também:
Fundação pontifícia se compromete com a reconstrução de igrejas atacadas no Sri Lanka https://t.co/3nMbf3RrQf
- ACI Digital (@acidigital) April 26, 2019
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