21 de novembro de 2024 Doar
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Papa Francisco: Igreja se preocupa com correntes agressivas contra imigrantes

Papa Francisco recebe a Pontifícia Academia das Ciências Sociais. | Vatican Media

O Papa Francisco assegurou que "a Igreja observa com preocupação o reemergir em todo o mundo de correntes agressivas contra os estrangeiros, especialmente os imigrantes, como também de um crescente nacionalismo que ignora o bem comum.".

Assim indicou durante a audiência concedida nesta quinta-feira aos participantes da Plenária da Pontifícia Academia das Ciências Sociais, que acontece de 1º a 3 de maio, com o tema "Nação, Estado, Estado-nação".

Durante seu discurso, o Santo Padre agradeceu à delegação liderada pelo novo presidente, Stefano Zamagni, que estava na Sala Clementina do Vaticano.

"Encorajo-vos a perseverar na busca de processos adequados para superar o que divide as nações e a propor novas formas de cooperação, especialmente no que diz respeito aos novos desafios da mudança climática e das novas escravidões, assim como do excelso bem social que é a paz", expressou o Papa.

O Pontífice também reconheceu que a Igreja "sempre exortou ao amor do próprio povo e da pátria, a respeitar o tesouro das diversas expressões culturais, usos e costumes, e o justo modo de viver enraizados nos povos", mas ao mesmo tempo, a Igreja advertiu "as pessoas, os povos e governos dos desvios deste sentimento quando resulta na exclusão e no ódio pelos demais, quando se torna um nacionalismo conflituoso que levanta muros, também de racismo ou antissemitismo".

"Infelizmente, temos diante de nossos olhos situações nas quais alguns Estados nacionais mantêm relações em um espírito de oposição e não de cooperação", alertou Francisco.

Neste sentido, o Santo Padre recordou alguns desafios globais que a humanidade enfrenta mencionados na encíclica Laudato Si e no discurso aos membros do Corpo Diplomático deste ano, como "o desenvolvimento integral, a paz, o cuidado da casa comum, as mudanças climáticas, a pobreza, as guerras, as migrações, o tráfico de seres humanos, o tráfico de órgãos, a proteção do bem comum, as novas formas de escravidão".

Desta forma, o Papa Francisco destacou que o Estado deve estar "a serviço da pessoa e dos grupos naturais de pessoas como a família, o grupo cultural, a nação como expressão da vontade e dos profundos costumes de um povo, o bem comum e a paz".

No entanto, o Papa advertiu que muitas vezes "os Estados se tornam servos dos interesses de um grupo dominante, principalmente por razões de benefício econômico, o que oprime, entre outros, as minorias étnicas, linguísticas ou religiosas que estão em seu território".

Por isso, o Papa assegurou que "o modo com que uma nação acolhe os migrantes revela a sua visão da dignidade humana e da sua relação com a humanidade".

"Toda pessoa humana é um membro da humanidade e tem a mesma dignidade. Quando uma pessoa ou uma família é obrigada a deixar a própria terra, deve ser acolhida com humanidade", destacou.

Mais uma vez, o Santo Padre afirmou que as obrigações para com os migrantes consistem em acolher, proteger, promover e integrar e ressaltou que "o migrante não é uma ameaça à cultura, aos costumes e aos valores da nação que o acolhe".

Neste sentido, o Papa enfatizou que o poder público tem a tarefa de "proteger os migrantes e regular os fluxos migratórios com a virtude da prudência, bem como promover a acolhida para que as populações locais estejam capacitadas e incentivadas a participar conscientemente do processo de integração dos migrantes que recebem".

"Um Estado que suscita sentimentos nacionalistas do próprio povo contra outras nações ou grupos de pessoas não realiza a sua missão", insistiu Francisco, que sugeriu relembrar a história da Europa no século passado para ver "para onde conduzem semelhantes desvios".

Em vez disso, o Santo Padre recordou que, na América Latina, Simón Bolívar "pediu aos líderes do seu tempo para construir o sonho de uma Pátria Grande, que saiba e possa acolher, respeitar, abraçar e desenvolver a riqueza de cada povo."

Por isso, solicitou aos presentes que colaborem "na difusão da consciência de uma renovada solidariedade internacional com respeito à dignidade humana, ao bem comum, ao respeito pelo planeta e ao bem supremo da paz".

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