21 de novembro de 2024 Doar
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Papa pede que pequenas comunidades evitem complexo de inferioridade

Papa durante o encontro realizado em Skopje. | Vatican Media

O Papa Francisco pediu aos sacerdotes e religiosas que, quando perceberem que são uma comunidade pequena, não cedam ao "complexo de inferioridade" e evitem "fazer contas".

Durante o encontro que teve com sacerdotes do rito bizantino, suas famílias e religiosas na Catedral do Sagrado Coração de Jesus, em Skopje, Macedônia do Norte, nesta terça-feira, 7 de maio, o Santo Padre ouviu o testemunho de um sacerdote bizantino acompanhado por sua família, de um sacerdote de rito latino e de uma religiosa.

Em resposta ao testemunho da religiosa, o Papa enfatizou a necessidade de não ceder "a algum complexo de inferioridade" quando os cristãos são poucos. Citou como exemplo, a passagem de Maria de Betânia "que, tomando uma libra de perfume de nardo puro, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os com os seus cabelos".

"O evangelista conclui a descrição da cena, dizendo: 'A casa encheu-se com a fragrância do perfume'. Aquele nardo foi capaz de impregnar tudo e deixar uma marca inconfundível", destacou Francisco.

Neste sentido, alertou para o risco de fazer contas: "começamos a olhar quantos somos... e somos poucos; os meios que temos... e são poucos; depois vemos a quantidade de casas e obras a sustentar... e são demasiadas! Poderíamos continuar a enumerar as múltiplas realidades em que experimentamos a precariedade dos recursos que temos à disposição para levar por diante o mandato missionário que nos foi confiado. Quando isto acontece, parece que o saldo do balanço apareça 'em vermelho'".

Explicou que, embora os números sejam necessários para fazer planejamentos, "o 'fazer as contas' pode-nos levar à tentação de olhar demasiado para nós próprios".

"Só é lícito 'fazer as contas' se isto leva a mover-nos tornando-nos solidários, atentos, compreensivos e solícitos em abeirar-nos das fadigas e precariedade em que vivem submersos muitos dos nossos irmãos necessitados de uma Unção que os levante e cure na sua esperança".

Em resposta ao testemunho do sacerdote católico, o Papa também se referiu ao "carreirismo" e como o sacerdote se salvou deste perigo ao "voltar à primeira vocação, indo procurar o Senhor ressuscitado onde podia ser encontrado".

"Partiste, deixando o seguro para caminhar pelas ruas e praças desta cidade; aqui sentiste renovar-se a tua vocação e a tua vida; abaixando-te até à vida diária dos teus irmãos para compartilhar e ungir com o perfume do Espírito, o teu coração sacerdotal começou de novo a bater com maior intensidade".

O Santo Padre destacou que "para renovarmos a nós mesmos, às vezes, é preciso dar um passo atrás e reencontrar-se com o Senhor, retomar a memória do primeiro chamado".

Por outro lado, o Papa também enfatizou "a importância da ternura no ministério presbiteral e também no testemunho da vida religiosa. Existe o perigo de que quando não se vive em família, quando não há a necessidade de acariciar os filhos, o coração se torne áspero".

Finalmente, convidou os sacerdotes e religiosas a que "não percam a capacidade de acariciar. Não percam a ternura ministerial nem a ternura da consagração religiosa".

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