Vaticano, May 17, 2019 / 11:40 am
O Papa Francisco pediu aos agentes de saúde que façam "um esforço para tratar os doentes como pessoas e não como números".
Em uma audiência concedida nesta sexta-feira, 17 de maio, aos membros da Associação Católica de Agentes de Saúde, por ocasião do 40º aniversário da sua fundação, o Santo Padre elogiou os avanços médicos que permitiram identificar e curar um grande número de doenças.
Ao mesmo tempo, explicou que a transformação em empresa dos serviços de saúde, "colocou em primeiro plano a necessidade de redução de custos e de racionalização do serviço, mudou fundamentalmente o foco na doença e no próprio paciente, dando uma preferência à eficácia que, não poucas vezes, deixou em segundo plano a atenção à pessoa, que precisa ser entendida, escutada e acompanhada, tanto quando precisa de um diagnóstico correto, como quando precisa de um tratamento efetivo".
O Papa elogiou os esforços desta Associação "por defender e promover a vida, começando por aqueles que estão mais indefesos ou que precisam de tratamento porque estão doentes, idosos ou marginalizados, ou porque estão no fim da vida e pedem para ser recebidos e cuidados".
Em seu discurso, Francisco chamou a atenção sobre os avanços da ciência médica, sobre os avanços tecnológicos que permitiram melhorar os diagnósticos e tratamentos, "gerando, no entanto, problemas éticos cada vez mais fortes".
De fato, "muitos acreditam que qualquer possibilidade oferecida pela técnica seja, em si mesma, moralmente viável, mas, na realidade, qualquer prática médica ou intervenção no ser humano deve ser cuidadosamente avaliada para saber se realmente respeita a vida e a dignidade humanas".
Neste sentido, defendeu o direito à objeção de consciência, um direito que "hoje é posto em questão".
Explicou que este direito "em casos extremos nos quais é colocado em perigo a integridade da vida humana, baseia-se na exigência pessoal de não agir de modo incompatível com o próprio convencimento ético, mas representa também um sinal para o ambiente de saúde no qual se encontra, assim como para os próprios pacientes e seus familiares".
"A escolha da objeção, no entanto, quando seja necessária, deve ser feita com respeito para que não se torne motivo de desprezo ou de orgulho o que deve ser feito com humildade, para não gerar um desprezo semelhante naqueles que o observam, o que impediria a compreensão dos verdadeiros motivos" que estão por trás desta escolha.
Pelo contrário, defendeu o diálogo, "principalmente com os que têm posições diversas, escutando sempre seus pontos de vista e procurando transmitir o seu, não como alguém que sobe em uma cátedra, mas como alguém que busca o verdadeiro bem das pessoas".
O Papa, no entanto, não teve palavras somente para os pacientes, também reconheceu que as condições de trabalho dos profissionais de saúde nem sempre são as melhores. "Em um ambiente onde o paciente se torna um número, vocês também correm o risco de sê-lo" e de se sacrificar "pelos turnos de trabalho muito difíceis, pelo estresse das emergências ou pelo impacto emocional".
Portanto, "é importante que os agentes de saúde tenham garantias adequadas em seu trabalho, recebam o reconhecimento adequado para as tarefas que executam e possam usar as ferramentas certas para estarem sempre motivados e treinados".
Finalmente, exortou os agentes de saúde "a serem fiéis à oração e a se alimentarem da Palavra de Deus: sempre com o Evangelho no bolso, ao alcance das mãos: cinco minutos, leia, para que a Palavra de Deus entre em nós. Que o exemplo de constância e dedicação dos santos possa inspirá-los. Muitos deles serviram com amor e de forma desinteressada os doentes, especialmente os mais abandonados".
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