8 de novembro de 2024 Doar
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Vaticano se pronuncia sobre caso de Vincent Lambert

Vincent Lambert com sua irmã Anne. | Cortesia Viviane Lambert

O Vaticano se pronunciou nesta terça-feira, 22 de maio, sobre o caso de Vincent Lambert advertindo que a desconexão dos suportes vitais é uma "expressão de uma cultura do descarte que seleciona as pessoas mais frágeis e indefesas".

Vincent Lambert, de 42 anos, sofreu um acidente de moto em 2008 e ficou tetraplégico. Seus pais, Desde 2013, seus pais estão lutando nos tribunais para mantê-lo com vida; por outro lado, sua esposa Rachel –apoiada por alguns irmãos de Vincent- pede que seus suportes vitais sejam desconectados.

Os médicos do Hospital Chu de Reims, na França, onde Vincent recebe seu tratamento, decidiram retirar-lhe a hidratação e a alimentação para deixá-lo morrer. No entanto, horas depois, o Tribunal de Apelações em Paris rejeitou a decisão dos médicos e ordenou que os suportes vitais fossem reestabelecidos.

Diante da decisão do hospital de acabar com a hidratação e a alimentação, o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, e a Academia Pontifícia para a Vida emitiram uma declaração conjunta na qual afirmam que "a suspensão do tratamento representa uma forma de abandono do doente, fundada em um juízo impiedoso sobre a qualidade da vida".

O comunicado também assinala que a desconexão da única fonte que mantém Vincent com vida é "expressão de uma cultura do descarte que seleciona as pessoas mais frágeis e indefesas". Destaca também que "a continuidade da assistência é um dever inescapável".

"Desejamos reiterar a grave violação da dignidade da pessoa gerada pela interrupção da alimentação e da hidratação. O estado vegetativo, de fato, é um estado patológico certamente grave, mas que não compromete a dignidade das pessoas que estão nessa condição nem seus direitos fundamentais à vida e aos cuidados entendidos como uma continuidade da assistência humana básica".

Do mesmo modo, recorda que "a alimentação e a hidratação constituem uma forma de cuidados essenciais proporcionados sempre à manutenção da vida: alimentar um doente não constitui uma forma irracional de obstinação terapêutica, enquanto o organismo da pessoa é capaz de absorver nutrientes e hidratação, a menos que não cause sofrimento intolerável ou seja prejudicial ao paciente".

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