10 de dezembro de 2024 Doar
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Governo autoriza que meninos usem saia em escolas da Cidade do México

Da esquerda para a direita, Claudia Sheinbaum, Esteban Moctezuma e outras autoridades com uma menina de uniforme vestindo calça. Crédito: Governo da Cidade do México.

A Secretaria de Educação Pública, órgão do governo de Andrés Manuel López Obrador, no México, anunciou no dia 3 de junho que os meninos poderão ir à escola de saia e as meninas de calça. A União Nacional dos Pais de Família adverte que poderia ser um passo sério na implementação da ideologia de gênero.

Em um evento conjunto para anunciar o "uniforme neutro" com a Chefe de Governo da Cidade do México, Claudia Sheinbaum, do partido de López Obrador, o secretário de Educação Pública, Esteban Moctezuma Barragán, assegurou que "esta abertura em relação ao uso do uniforme será aplicada em toda a Cidade do México".

Por sua parte, Sheinbaum disse que ficou para trás a "época na qual as meninas tinham que usar saia e os meninos tinham que usar calça, eu acho que isso já passou para a história". 

"Isso é uma parte da equidade, da igualdade", disse.

No entanto, em diálogo com o Grupo ACI, o presidente da União Nacional dos Pais de Família (UNPF), Leonardo García, advertiu que, embora a questão do uniforme "pareça algo inofensivo, pode passar depois para banheiros neutros, linguagem neutra, onde não possa ser usado masculino e feminino, algo que colocaria em risco a integridade dos alunos".  

"Não queremos ideologias, queremos respeito e o apelo é a todos os pais para que estejam atentos e participem de tudo o que acontece em cada comunidade escolar de nossos filhos. A melhor decisão tem que ser acordada com os pais de família, não podemos ficar de fora", assinalou.

García sublinhou que "é fato que ninguém quer nenhum tipo de discriminação na escola ou em qualquer setor da sociedade. Como união de pais, sempre pedimos respeito a qualquer pessoa sem distinção".

"No entanto, sim nos surpreende que seja o próprio secretário de Educação Pública quem esteja se preocupando pelo tema dos uniformes e não por temas de maior relevância, como por exemplo, fornecer água a milhares de escolas que não contam com sistemas de distribuição ou pelo acesso à eletricidade, a pavimentação ou instalações adequadas", assinalou.  

García advertiu que "ainda há muitos estudantes em nosso país que não têm o básico em suas escolas. Chama a atenção que se preocupem com uniformes escolares neutros e não com questões de qualidade".

O presidente da UNPF destacou que "a decisão de como educar nestes aspectos deve sempre recair sobre o pai de família. Nós somos os pais de família, os primeiros e principais educadores de nossos filhos e temos o direito e o dever de decidir sobre a educação que receberão, os quais estão protegidos pela Constituição e por tratados internacionais como a Declaração Universal dos Direitos Humanos".

"Seria uma interferência indevida por parte da Secretaria de Educação Pública e do Estado introduzir no conteúdo da educação sexual, ensinada nas escolas, as teorias ideológicas, a educação sexual corresponde aos pais, não ao Estado", indicou.

García recordou que, "com a ideologia de gênero, tenta-se desenraizar a sexualidade de sua natureza para explicá-la de acordo com a cultura: 'Sexualmente somos construídos pelo nosso ambiente'".

A ideologia de gênero, destacou, "se opõe à biologia, à fisiologia, à anatomia, à genética, às neurociências. O problema é que o Estado se meta nas nossas vidas sob a hegemonia da ideologia de gênero, hoje refletida nesse absurdo de uniformes neutros".

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