VARSOVIA, Jun 11, 2019 / 11:35 am
Um sacerdote católico foi esfaqueado antes de celebrar Missa na segunda-feira, 10 de junho, na cidade da Breslávia na Polônia, mas atualmente seu estado de saúde é "estável", informaram fontes locais.
Um porta-voz do Hospital Clínico Universitário da Breslávia disse à agência polonesa PAP que Pe. Ireneusz Bakalarczyk está se recuperando de uma cirurgia que serviu para curar ferimentos internos em seu peito e abdômen que, segundo informam, teria sofrido durante o ataque.
Pe. Bakalarczyk estava prestes a começar a Missa na Igreja da Blessed Virgin Mary on the Sand, no centro da Breslávia, quando um indigente de 57 anos se aproximou e começou uma discussão sobre os escândalos de abuso sexual na Igreja Católica. Então, o homem pegou uma faca e apunhalou o sacerdote no peito e no abdômen, de acordo com o canal de notícias local TVP Info.
Łukasz Dutkowiak, porta-voz da polícia local, disse à PAP que o agressor foi detido por algumas testemunhas até a chegada da polícia.
Rafal Kowalski, porta-voz da Arquidiocese da Breslávia, disse à imprensa que não podia confirmar se o indigente falou com o sacerdote antes do ataque. Acrescentou que a agressão não parecia motivada por um assunto pessoal contra Pe. Bakalarczyk, mas contra qualquer "homem de batina".
O agressor está sob custódia e as acusações contra ele serão apresentadas nesta terça-feira, 11 de junho, assinalaram as autoridades à PAP.
A publicação, no mês passado, de um documentário sobre o abuso sexual por parte do clero na Polônia provocou um debate nacional no país. O filme apresenta denúncias contra supostos sacerdotes abusadores que foram trocados de paróquias e mostra pessoas que acusam sacerdotes idosos de tê-las maltratado quando eram crianças.
Os bispos poloneses se manifestaram em mais de uma ocasião contra o abuso sexual e prometeram eliminar "os fatores que conduzem ao crime" e adotar uma atitude mais sensível em relação às vítimas.
Um estudo encomendado pela conferência de bispos poloneses, publicado em março de 2019, revelou que cerca de 400 sacerdotes poloneses foram acusados de abuso sexual por mais de 600 pessoas entre 1990 e 2018. Pouco mais da metade das vítimas tinha menos de 15 anos. O Arcebispo de Poznan e presidente do Episcopado Polonês, Dom Stanislaw Gadecki, descreveu as conclusões do relatório como "trágicas".
Em uma carta datada de 22 de maio deste ano, os bispos poloneses insistiram: "Não permitamos que o bem, que é feito na Igreja através de seu ministério, seja obscurecido pelos pecados de pessoas particulares".
"Apoiemos nestes tempos difíceis os sacerdotes que trabalham com sacrifício, para que não percam o seu entusiasmo e recebam o encorajamento dos fiéis leigos", acrescentaram.
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