21 de novembro de 2024 Doar
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Sínodo sobre Amazônia não será uma plataforma para o sincretismo, assegura Cardeal

Imagem referencial. Crédito: Eduardo Berdejo (ACI)

Na segunda-feira, 17 de junho, foi apresentado no Vaticano o "Instrumentum Laboris" da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica, que será realizada de 6 a 27 de outubro de 2019.

Na apresentação do documento aos meios de comunicação credenciados junto à Santa Sé, o Cardeal Lorenzo Baldisseri, Secretário Geral do Sínodo dos Bispos, rechaçou que o Sínodo dos Bispos possa abrir alguma possibilidade de uma igreja sincrética na Amazônia, na qual se possa dar lugar a sensibilidades filosóficas ou religiosas de origem pagã.

Perguntado pelo jornalista Edward Pentin, de 'National Catholic Register', sobre a preocupação de alguns setores da Igreja em relação à possibilidade de que este Sínodo seja a plataforma para uma Igreja de identidade sincrética, o Cardeal rejeitou essa possibilidade: "Eu não vejo nenhum sincretismo".

Assegurou que, no "Instrumentum laboris", "fala-se de Jesus, fala-se da criação... Se há alguma filosofia, ou outras religiões que falam da Criação, isso não significa que, se falamos da Criação há sincretismo".

Portanto, "quero dizer que o importante é que a Igreja Católica expresse sua doutrina autêntica, levando em consideração o contexto da Amazônia. Eu não vejo elementos que possam sugerir a existência de um sincretismo".

"Há uma acentuação no aspecto pastoral que se comunica com o aspecto social, de emancipação, daquilo que é o aspecto humano em sua concepção integral. O outro aspecto é a ecologia. O Papa Francisco falou claramente, aí temos a Encíclica 'Laudato si', que foi citada 100% no documento, com uma interpretação adaptada à Amazônia".

Explicou que "podemos dizer que o documento tem o desafio de apresentar a situação pastoral das Igrejas locais e abrir novos caminhos para uma evangelização mais incisiva".

Ao mesmo tempo, o documento "propõe uma reflexão sobre o problema ecológico que afeta a região, para promover uma ecologia integral de acordo com a Encíclica 'Laudato si'".

O Cardeal Baldisseri recordou que "este não é um documento definitivo, é um instrumento de trabalho", e também assinalou que este Sínodo sobre a Amazônia "se projeta como uma reflexão pastoral aberta ao reconhecimento da diversidade na escuta da realidade amazônica com todas as suas características culturais e eclesiais".

"A imagem de uma Igreja de rosto amazônico, corajosa no anúncio profético do Evangelho na defesa da criação e dos povos indígenas, é o horizonte em direção ao qual nos encaminhamos sob a orientação do Papa Francisco para compartilhar uma experiência de comunhão fraterna, colegialidade e sinodalidade".

Por outro lado, explicou que o "Instrumentum laboris", também conhecido como documento de trabalho, "constitui, segundo a prática sinodal, a base da discussão durante as Congregações Gerais" do Sínodo.

Com a publicação do documento de trabalho, "começa o grande processo de consulta ao povo de Deus na Amazônia sobre o Sínodo. O questionário anexo ao Documento oferece a ocasião de realizar um rico debate no seio das sete Conferências Episcopais onde se encontra a Amazônia, que depois enviarão suas respostas à Secretaria Geral" do Sínodo.

Em concreto, o Cardeal Baldisseri destacou os três temas gerais presentes no "Instrumentum laboris" nos quais se centrarão os debates dos padres sinodais: "A voz da Amazônia, ecologia integral e os desafios e esperanças da Igreja profética na Amazônia".

Finalmente, o Cardeal Baldisseri indicou quem serão os participantes do Sínodo: todos os Bispos residenciais e os Ordinários das eparquias, segundo o Direito, pertencentes às 9 circunscrições eclesiásticas Pan-amazônicas na Bolívia, Brasil, Equador, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana Francesa, Guiana e Suriname.

Os presidentes das 7 Conferências Episcopais que abarcam a região Pan-Amazônica, ou seja: Antilhas, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.

Alguns chefes de Dicastério da Cúria Romana que, por suas competências, estão particularmente interessados ​​na vida da Igreja na região amazônica.

A presidência da Rede Eclesial Pan-Amazônica.

Os membros do Conselho pré-sinodal nomeados pelo Santo Padre para a preparação da Assembleia Especial.

Quinze religiosos ordinários e ativos como agentes pastorais na região Pan-amazônica, eleitos pela União dos Superiores Gerais.

Membros nomeados pelo Santo Padre, até 15% do total de padres sinodais, entre Bispos, sacerdotes e religiosos, em virtude de suas competências em relação à área geográfica em questão.

Também participarão especialistas, eclesiásticos e leigos, auditores, delegados fraternos de outras igrejas e comunidades cristãs e enviados especiais de diferentes religiões e organismos.

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