21 de novembro de 2024 Doar
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Universidade jesuíta instala "banheiro unissex" e recebe onda de críticas

A Universidade Antonio Ruiz de Montoya (UARM), cujo lema é "A Universidade Jesuíta do Peru", instalou recentemente um "banheiro unissex" para que "qualquer pessoa possa utilizá-lo, sem importar o seu gênero", afirmou o Conselho de Estudantes desta universidade.

Na entrada deste banheiro, foi colocada uma placa com a silhueta de uma mulher e de uma pessoa cuja vestimenta é metade saia e metade calça.

Fotografia do novo "banheiro unissex" compartilhada no Facebook

No entanto, a instalação desse banheiro gerou polêmica entre os estudantes e ex-alunos dentro do grupo "Facebook - Ruiz". "Parece-me inverossímil que as autoridades da Ruiz tenham permitido isso. Tomara que a medida seja reconsiderada. Acho que todos apoiamos a igualdade de gênero, mas isso sinceramente me parece desnecessário", escreveu o usuário José Villanueva.

Contudo, aqueles que se opõem a essa medida foram qualificados várias vezes como homofóbicos por outras pessoas, como a usuária Jumira Aguilar. "Ainda há banheiros só para as mulheres, por favor, não vá ao banheiro unissex, porque eu não gostaria de me encontrar com a sua transfobia", expressou.

Para a usuária Carla Toche, o "banheiro unissex" trouxe "comentários transfóbicos, discriminatórios e cheios de ódio", em referência àqueles que se opõem à medida; e pediu às autoridades da universidade que tomem "as medidas do caso" e uma "sanção".

Neste contexto, em 24 de junho, o Conselho de Estudantes da Universidade Antonio Ruiz de Montoya (COES) confirmou que foi implementado "um banheiro novo" em cuja porta "colocou-se uma figura de um homem e de uma mulher, como alusão de que qualquer pessoa pode fazer uso deles, independentemente de seu gênero".

Embora reconheça a diversidade de opiniões, o Conselho de Estudantes qualificou esta oposição de "violência psicológica" contra "a comunidade LGBTIQ+" (lésbicas, gays, transexuais, bissexuais, queer e outros).

O Conselho de Estudantes assegurou que tem um registro das pessoas que criticaram o "banheiro transexual" e que seus nomes serão "encaminhados às autoridades competentes".

No dia 25 de junho, o Grupo ACI se comunicou com a UARM por telefone e confirmou que este banheiro existe. Para ter uma explicação sobre essa medida, o centro de estudos pediu para se comunicar com Pe. Edwin Vásquez Ghersi SJ, diretor do Ambiente Universitário.

Durante o telefonema, solicitaram ao Grupo ACI que enviasse um e-mail ao sacerdote com as perguntas a serem respondidas. Entretanto, não houve resposta até a publicação desta matéria no dia 26 de junho. Pe. Vásquez agradeceu o e-mail e lamentou "não poder atender ao pedido".

"Estamos na última semana de aulas e preparando as provas finais", assinalou o sacerdote.

A instalação do "banheiro unissex" ocorre duas semanas após a publicação do documento da Congregação para a Educação Católica, intitulado "Homem e mulher os criou. Para uma via de diálogo sobre a questão de gender na educação", o qual adverte que a ideologia de gênero é uma revolução cultural que mina a dignidade humana e a correta compreensão da diferença e reciprocidade natural entre o homem e a mulher.

O texto afirma que esta ideologia "pre­vê uma sociedade sem diferenças de sexo", "esvazia a base antropológica da família" e "leva a projetos educativos e diretrizes legislati­vas que promovem uma identidade pessoal e uma intimidade afetiva radi­calmente desvinculadas da diversidade biológica entre homem e mulher".

A Universidade Antonio Ruiz de Montoya não é o único centro de estudos católico no Peru que instalou esse tipo de banheiro.

Em 2017 o Conselho Universitário da Pontifícia Universidade Católica do Peru (PUCP) aprovou, no âmbito do "Reforma Trans", que as pessoas podem entrar no banheiro de sua escolha de acordo com "a sua identidade ou expressão de gênero".

Depois de aprovar a medida em 7 de junho daquele ano, os homens que afirmam ser mulheres podem entrar nos banheiros e vestiários femininos. As mulheres que se identifiquem como homens também podem entrar em instalações que anteriormente eram de uso exclusivo dos homens.

Naquele momento, o Agrupamento Universitário Riva - Agüero (AURA) da PUCP disse que a reforma Trans viola "a identidade, fins e objetivos de nossa universidade, expostos no estatuto vigente, na Constituição Apostólica Ex Corde Ecclesiae e em outras normas vigentes que são aplicáveis ​​devido a sua categoria de centro universitário 'Pontifício' e 'Católico'".

De acordo com o Código de Direito Canônico, as Conferências Episcopais e os bispos diocesanos interessados ​​"têm o dever e o direito de vigiar para que nestas universidades se observem fielmente os princípios da doutrina católica".

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