Vaticano, Jun 29, 2019 / 07:33 am
Após celebrar a missa na qual foram entregues o pálio episcopal aos novos arcebispos vindo de diversos países, incluindo o Brasil, o Papa Francisco rezou o ângelus com os fiéis e destacou o exemplo de unidade deixado pelos apóstolos São Pedro e São Paulo, que apesar de suas diferenças, fizeram de Jesus o Senhor de suas vidas e derramaram seu sangue por Ele.
O Santo Padre começou sua alocução dizendo: "Os Santos Pedro e Paulo, que celebramos hoje, em ícones, são às vezes retratados apoiar o edifício da igreja. Isso nos lembra das palavras do Evangelho de hoje, em que Jesus diz a Pedro: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja" (Mt 16, 18). É a primeira vez que Jesus pronuncia a palavra "Igreja", porém mais do que no substantivo eu gostaria de convidá-lo a pensar sobre o adjetivo, MINHA: MINHA igreja. Jesus não fala da Igreja como uma realidade externa, mas expressa o grande amor que nutre por ela: minha igreja".
"Ele está ligado à Igreja para nós. São Paulo escreve: "Cristo amou a Igreja e entregou-se por ela isto é, explica o apóstolo, Jesus ama a Igreja como sua esposa. Para o Senhor não somos um grupo de crentes ou uma organização religiosa, nós somos sua esposa. Ele olha com ternura para a sua Igreja, ele a ama com fidelidade absoluta, não obstante nossos erros e traições. Como aquele dia para Pedro, hoje ele nos diz: "minha Igreja"", afirmou o Pontífice.
"E nós também podemos repeti-lo: minha igreja. Nós não dizemos isso com um sentimento de pertença exclusivo, mas com um amor inclusivo. Não nos diferenciarmos dos outros, devemos aprender a beleza de estar com os outros, porque Jesus nos quer unidos e abertos. De fato, a Igreja não é "minha" porque responde a mim mesmo, aos meus desejos, mas porque eu lhe dou meu carinho".
"Em outro ícone, os Santos Pedro e Paulo são retratados em um abraço. Eles eram muito diferentes um do outro: um pescador e um fariseu com experiências de vida, personagens e maneiras bastante diferentes de fazer as coisas e sensibilidades. Opiniões conflitantes e debates francos não faltaram entre eles. Mas o que os uniu foi infinitamente maior: Jesus era o Senhor de ambos disseram juntos "meu Senhor" àquele que diz "minha Igreja", afirmou.
"Nesta festa, que une dois Apóstolos tão diferentes, seria bom dizer: "Obrigado, Senhor, por essa pessoa que não sou eu: ela é um dom para a minha igreja". É bom apreciar as qualidades dos outros, reconhecer os dons dos outros sem malícia e sem inveja. A inveja causa amargura por dentro, é vinagre derramado sobre o coração. Torna amarga a vida. Que bom, em vez disso, saber que pertencemos um ao outro, porque compartilhamos o mesmo fé, o mesmo amor, a mesma esperança, o mesmo Senhor. Nós pertencemos um ao outro: é esplêndido mistério da nossa Igreja!", prossegue o Papa Francisco.
"No final do Evangelho, Jesus diz a Pedro: "Apascenta as minhas ovelhas" (Jo 21, 17). Ele fala sobre nós e diz minhas ovelhas, com a mesma ternura que costumava dizer minha Igreja. Aqui está o carinho que constrói a Igreja", afirmou o Papa.
Ao final do discurso e antes da oração mariana o Papa Francisco disse: "Hoje, pela intercessão dos Apóstolos, pedimos a graça de amar a nossa Igreja. Nós pedimos olhos que eles saibam ver nela irmãos e irmãs, um coração que sabe acolher os outros com amor. (...) Que Nossa Senhora, "que trouxe harmonia entre os apóstolos e orou com eles, proteja-nos como irmãos e irmãs na Igreja", concluiu.
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