24 de novembro de 2024 Doar
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Tudo o que deve saber sobre o caso de Vincent Lambert

Vincent Lambert | Captura do YouTube

No dia 11 de julho, Vincent Lambert, uma francês tetraplégico, de 43 anos, faleceu em uma cama de hospital depois que os médicos responsáveis lhe retiraram as máquinas de alimentação e hidratação para deixá-lo morrer.

A eutanásia é ilegal na França. No entanto, uma lei de 2005 permite que os médicos se abstenham de usar tratamentos "desproporcionais". O que está permitido é colocar o paciente em sedação profunda até a sua morte.

A seguir, todos os detalhes deste fato lamentável.

1. Vincent sofreu um acidente trágico em 2008

Vincent sofreu danos cerebrais graves após um acidente de moto em 2008, na cidade de Chalons-en-Champagne, no nordeste da França. Para os médicos, a sua situação era irreversível.

Até julho de 2019, foi mantido vivo com alimento e água administrados por um tubo gástrico. Vincent conseguia respirar sem ajuda artificial e ocasionalmente abria os olhos.

2. Até em três oportunidades autorizaram desconectar os suportes vitais de Vincent

O Tribunal de Cassação da França, a máxima autoridade judicial do país, autorizou em 28 de junho de 2019 a remoção definitiva do suporte vital de Vincent Lambert.

Antes de maio de 2019, o hospital Chu de Reims já havia aprovado e, em seguida, parado dois procedimentos para interromper os tratamentos. Um foi apresentado pelo Dr. Eric Kariger, em 2013, e o outro por sua sucessora, Dr. Daniela Simon, em 2015.

3. Houve uma disputa familiar para mantê-lo vivo

Em 2013, a esposa de Vincent, Rachel Lambert, e seis dos oito irmãos do doente, pediram aos tribunais a permissão para desconectar os aparelhos que o alimentavam. Diante disso, os pais do paciente – católicos praticantes –, começaram uma batalha judicial para proteger a vida de seu filho, a qual chegou até mesmo ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH).

No dia 1ª de julho de 2019, a mãe de Vincent pediu ajuda ao Conselho de Direitos dos Deficientes das Nações Unidas para evitar a desconexão; no entanto, no dia seguinte, 2 de julho, o chefe da unidade de cuidados paliativos do hospital de Reims, Vincent Sanchez, ordenou a suspensão definitiva de tratamento.

4. A Igreja Católica se pronunciou em várias ocasiões

A Igreja Católica se pronunciou sobre este caso desde o início. Em julho de 2015, por exemplo, os pais de Vincent receberam uma mensagem do Núncio Apostólico, que lhes transmitiu a "profunda compaixão do Santo Padre pela grande provação" que tinham que enfrentar. Também enviou sua bênção e suas orações para que "tenham a coragem de enfrentar as provações que virão".

Além disso, em 22 de maio de 2019, o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida e a Pontifícia Academia para a Vida assinalaram que a desconexão do suporte vital é uma "expressão de uma cultura do descarte que seleciona as pessoas mais frágeis e indefesas".

O comunicado sublinha que "a continuidade da assistência é um dever inescapável" e que "a suspensão do tratamento representa uma forma de abandono do doente, fundada em um juízo impiedoso sobre a qualidade da vida".

Na quinta-feira, 11 de julho de 2019, o Papa Francisco lamentou a morte de Vincent e pediu a Deus que o acolha "em seus braços". Também pediu que não se construir "uma civilização que elimina as pessoas cujas vidas consideramos não sejam mais dignas de serem vividas: toda vida tem valor, sempre".

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