OTTAWA, Jul 25, 2019 / 13:00 pm
Um outdoor que defendia o direito à vida em todo lugar, foi retirado recentemente do Canadá após reclamações de ativistas pró-aborto e a decisão de um conselho que determina os padrões de propaganda no país.
O anúncio, localizado às margens de uma estrada na cidade de West Kelowna, dizia que "nosso direito à vida não depende do lugar" e mostrava a imagem de uma mulher adulta segurando um bebê e a de outra mulher em um estágio avançado gravidez.
De acordo com 'Global News Canada', o grupo pró-vida Kelowna Right to Life Society pagou pela permanência do outdoor na estrada por mais de um ano. No entanto, ativistas pró-aborto apresentaram uma denúncia ao conselho "Ad Standards Canada" alegando que a imagem era enganosa.
Ruth Mellor, uma ativista pró-aborto, disse à agência de notícias que, antes desse, tinha outro outdoor que "indicava que uma mulher que estava quase para dar à luz podia seguir tendo a opção de interromper a gestação". Por isso, classificou a imagem como enganosa.
O conselho concordou com este argumento e escreveu que "é extremamente raro que, no Canadá, se realizem abortos ou possam ser realizados nesta etapa avançada de gravidez; e certamente, não a pedido da mãe grávida". Também disse que o anúncio era degradante para as mulheres "que podem ter que considerar o aborto como uma opção viável".
No entanto, o Ministro da Saúde de Quebec, Gaetan Barrete, respondeu a este argumento dizendo que, "legalmente, todas as mulheres têm o direito ao aborto em qualquer momento antes de dar à luz e isso é uma decisão da Suprema Corte".
Kelowna Right to Life Society também opinou sobre a veracidade da mensagem colocada no outdoor.
"Não acreditamos que seja enganosa, porque, de fato, não existe uma lei contra o aborto no Canadá durante os nove meses de gravidez, portanto, inclusive uma mulher nessa etapa avançada da gestação pode fazer um aborto se encontrar um médico para fazê-lo", disse Marlon Bartram, diretor executivo da organização pró-vida.
"Nós não acreditamos que discrimine nem exponha negativamente nenhum grupo de seres humanos", argumentou.
Embora a organização pró-vida tenha tido que retirar o outdoor, Bartram disse que está trabalhando em um novo desenho para ressaltar como os abortos também afetam negativamente os homens.
O aborto é legal no Canadá durante toda a gestação e por qualquer motivo. É um dos poucos países que não têm restrições legais sobre o aborto.
Esta prática é regulamentada no Canadá como qualquer outro procedimento médico; é legal, mas não está aprovada nem limitada por nenhuma lei.
O Canadá carece de uma lei de aborto porque o Parlamento do país simplesmente se recusou a redigi-la. O aborto era completamente ilegal até que o governo do primeiro-ministro Pierre Trudeau descriminalizou o procedimento em 1969, o que permitiu essa prática em algumas circunstâncias e com a permissão de um "comitê de aborto terapêutico".
O filho de Trudeau é Justin Trudeau, atual primeiro-ministro do Canadá e conhecido por seu partidarismo em favor do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo, do feminismo, da eutanásia e da legalização da maconha.
Em 1988, a Suprema Corte do Canadá determinou na decisão R vs. Morgentaler que o requisito do comitê de aborto terapêutico era inconstitucional e ordenou que o Parlamento elaborasse uma lei sobre o aborto.
Nos 30 anos seguintes a esta decisão, o Parlamento ainda não redigiu uma lei. O sistema de saúde do Canadá contempla "atendimento hospitalar gratuito", o que significa que o aborto está disponível para todos os canadenses.
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