21 de dezembro de 2024 Doar
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Patriarca caldeu rejeita criação de uma milícia armada “cristã” no Iraque

Cardeal Louis Raphael Sako | Daniel Ibañez - ACI Prensa

O Patriarca e Primaz da Igreja Católica Caldeia no Iraque, Cardeal Louis Raphael Sako, rejeitou a criação de uma milícia armada ou força paramilitar que se identifique como "cristã" ou se vincule de maneira genérica, porque contradiz a essência do cristianismo.

A possibilidade de criar este tipo de grupos paramilitares surgiu, nos últimos anos, em meio à guerra contra o Estado Islâmico para libertar Mossul e a Planície de Nínive.

Em um comunicado enviado à agência 'Asia News', o Patriarca ressaltou que "não concordamos com o nascimento de uma 'brigada' cristã, porque a criação de uma milícia armada marcada por uma denominação cristã contradiz, em primeiro lugar, o espírito cristão, que se volta para os valores do amor, da paz, da tolerância e do perdão".

Anteriormente, encorajou "os jovens a se juntarem ao exército iraquiano oficial e às brigadas da polícia federal", e depois destacou o respeito pela "decisão individual de se juntar às forças de Al-Hashd Al-Shaabi (Forças de Mobilização Popular, principalmente xiitas) ou de dedicar-se à política".

"Aqueles que vivem na região autônoma do Curdistão iraquiano têm a possibilidade de se unir às forças Peshmerga (combatentes curdos)".

'Asia News' informa que recentemente surgiu uma controvérsia em torno da possível criação de uma milícia "cristã" para a "defesa da população do norte, especialmente na área da Planície de Nínive, onde a minoria religiosa é predominante em comparação com o resto do país".

"Durante as etapas da luta contra os jihadistas do 'Califado' foram formadas as 'Brigadas da Babilônia', que sempre ostentaram o fato de serem milícias anti-Daesh e sua composição cristã, embora se saiba bem sobre sua ligação com os xiitas de Al-Hashd Al-Shaabi", informou o meio de comunicação.

Ao concluir seu comunicado, o Patriarca Sako reafirmou seu apoio a um decreto de 10 de julho, assinado pelo primeiro-ministro Adel Abdul Mahdi, que "limita as armas ao Estado, fortalece suas instituições e a pertença à identidade nacional".

"O decreto concorda com as diretrizes de várias entidades políticas e com nossa missão de cristãos iraquianos, que é consolidar qualquer iniciativa que favoreça a convivência harmoniosa no território. Isso servirá também para consolidar os pilares de um governo baseado nos princípios da lei, cidadania e igualdade", concluiu o Cardeal.

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