Vaticano, Aug 21, 2019 / 11:50 am
O Vaticano reagiu à decisão do Tribunal de Apelações de Victoria, na Austrália, de confirmar a condenação contra o Cardeal George Pell a seis anos de prisão pela acusação "de crimes sexuais", emitida na manhã de 21 de agosto, recordando seu "respeito pelas autoridades judiciárias australianas", assim como a insistência do Cardeal em sua inocência e a proximidade da Santa Sé às vítimas de abuso.
"Reiterando o respeito pelas autoridades judiciárias australianas, como declarado em 26 de fevereiro por ocasião da condenação em primeiro grau, a Santa Sé toma ato da decisão de rejeitar o apelo do Cardeal George Pell", disse o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, em declarações à imprensa.
Bruni continuou seu comunicado afirmando que, "à espera de conhecer eventuais ulteriores evoluções do processo judiciário, a Santa Sé recorda que o Cardeal sempre reiterou a sua inocência e que é seu direito recorrer à Alta Corte".
"Junto à Igreja australiana, a Santa Sé confirma a proximidade às vítimas de abusos sexuais e o empenho, através das autoridades eclesiásticas competentes, a perseguir os membros do clero que sejam responsáveis".
Espera-se que o Purpurado, de 78 anos, enfrente um processo no Vaticano por supostos crimes canônicos. Sobre este assunto, e em resposta às perguntas de jornalistas credenciados em Roma, Matteo Bruni afirmou que, "como em outros casos, a Congregação para a Doutrina da Fé aguarda o resultado final do processo antes de se ocupar do caso".
"Como declarou a Sala de Imprensa em 26 de fevereiro passado, o Santo Padre já havia confirmado as medidas cautelares dispostas contra o Cardeal George Pell ao regresso do Cardeal à Austrália, isto é, como indica a norma, a proibição do exercício público do ministério e a proibição de contato com menores de idade".
Após a decisão do Tribunal de Apelações, o Cardeal Pell retornou à prisão onde está detido desde março para cumprir sua sentença de seis anos de prisão. No entanto, após 3 anos e 8 meses, poderá solicitar a liberdade condicional.
Em um comunicado publicado horas após o anúncio da decisão, a porta-voz do Purpurado, Katrina Lee, indicou que "o Cardeal Pell está, obviamente, decepcionado com a decisão de hoje".
"No entanto, sua equipe jurídica examinará minuciosamente a sentença para determinar uma solicitação de licença especial ao Tribunal Superior", acrescentou Lee. Indicou que o Arcebispo "mantém sua inocência" e que agradece aqueles que o apoiam.
O Cardeal foi considerado culpado, em 11 de dezembro de 2018, por cinco acusações de abuso sexual contra dois coroinhas depois da Missa dominical, quando era Arcebispo de Melbourne em 1996 e 1997.
O processo de dezembro foi o segundo julgamento que o Cardeal Pell enfrentou, pois um júri em um julgamento anterior não chegou a um veredicto unânime.
O Purpurado ainda tem a possibilidade de ir à Suprema Corte da Austrália em Camberra. No entanto, especialistas jurídicos acreditam que esse esforço teria poucas chances de sucesso, dado o resultado do tribunal de apelações.
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