NOVA DELHI, Sep 13, 2019 / 11:00 am
Um bando de mais de 500 extremistas hindus atacou uma escola católica na Índia com paus, ferros e armas por quatro horas, ferindo dois estudantes e um sacerdote jesuíta.
O sacerdote jesuíta Thomas Kuzhively informou à agência vaticana Fides que o bando de extremistas hindus atacou a escola St. John Berchmans, localizada em Mundli Tinpahar, cerca de 38 quilômetros ao sul de Sahibganj, uma das principais cidades do estado de Jharkhand, no Leste da Índia, perto da fronteira com Bangladesh.
Após o ataque, a escola permanece fechada. "A polícia e o governo do estado ainda não tomaram nenhuma providência", lamentou o sacerdote.
No dia do ataque, os extremistas chegaram à escola com paus, correntes, barras de ferro, facas e armas. Atacaram os estudantes na residência de Loyola Adivasi, deixando dois gravemente feridos.
Os jovens foram salvos pelas religiosas que servem na escola pois, segundo Fides, embora uma ambulância tenha sido chamada, a multidão não permitiu que os feridos fossem levados ao hospital.
"Mais tarde, a polícia os levou ao hospital Rajmahal", disse o presbítero. "A multidão também tentou assediar sexualmente alunas e funcionárias", denunciou.
Outro sacerdote, o jesuíta Nobor Bilung, tentou conversar com os agressores, mas eles o atingiram na cabeça. "O diretor e toda a equipe da administração estavam desamparados. Nenhum de seus esforços conseguiu acalmar a multidão", disse Pe. Kuzhively.
Os agressores quebraram as janelas, danificaram a tubulação, os móveis, os sistemas elétricos e o sistema de áudio. Depois de destruir o colégio interno, a multidão foi para o prédio da residência. Também levaram o dinheiro das gavetas do escritório e três telefones celulares.
Três religiosas tentaram impedir a entrada do bando, assim como alguns policiais que também foram atacados. Após quatro horas de caos, a multidão se dispersou.
O colégio apresentou uma denúncia na qual estima que o dano às instalações seja superior a um milhão e meio de rúpias, aproximadamente 21 mil dólares.
"Pedimos uma ação concreta", indicou Pe. Kuzhively.
O sacerdote assinalou que a escola fez um chamado aos juízes, ao governador e ao primeiro ministro do estado de Jharkhand, ao presidente da comissão nacional de direitos humanos e ao presidente da comissão nacional de minorias, no qual pedem uma ação imediata contra os agressores.
As escolas da região pararão em protesto contra o ataque.
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