19 de dezembro de 2024 Doar
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Afirmam que caso de Asia Bibi ajuda na defesa internacional da liberdade religiosa

Asia Bibi. Crédito: Facebook Free Asia Bibi.

Jan Figel é o enviado especial da União Europeia para a Liberdade Religiosa fora da Europa, que desempenhou um papel importante na libertação da prisioneira paquistanesa Asia Bibi e manifestou o potencial da cooperação internacional para promover a liberdade religiosa.

Em entrevista concedida à CNA – agência em inglês do Grupo ACI –, elogiou Bibi como "uma mulher admiravelmente corajosa e uma mãe amorosa". "Ela não renunciou a sua fé cristã (em troca da liberdade), e representa um estímulo para muitos outros que enfrentam acusações de falsa blasfêmia", expressou.

Asia Bibi é uma mãe católica de cinco filhos que foi condenada por blasfêmia no Paquistão, em 2009, e condenada à morte por enforcamento. Foi falsamente acusada de fazer comentários depreciativos sobre o Profeta Maomé depois de uma discussão por um pouco de água. Esteve presa no corredor da morte até outubro de 2018, quando sua sentença foi revogada.

Nesta semana, através de uma mensagem, Bibi assinalou que a justiça deve estar destinada a buscar a verdade.

"Se quer castigar alguém, não o faça sem escutá-lo. E faça algo por todas as pessoas na prisão por blasfêmia: visite-as na prisão, ouça-as, discuta com elas", exortou.

Segundo o Departamento de Estado dos Estados Unidos, estima-se que haja 77 pessoas presas no Paquistão sob as leis de blasfêmia, a maioria delas muçulmanas.

Bibi disse em sua mensagem que está agradecida à comunidade internacional que trabalhou por sua libertação e, em particular, a Figel, a quem descreveu como "um anjo que a salvou da prisão".

Após a absolvição, houve protestos dos intransigentes islâmicos, por isso, Bibi permaneceu no Paquistão sob custódia protetora até maio de 2019. Agora, está em um lugar secreto junto com a sua família no Canadá.

Nesse sentido, Figel disse que a razão pela qual Bibi permaneceu sob proteção no Paquistão por nove meses foi possivelmente porque "o governo de Imran Khan e o exército paquistanês usaram esse atraso para controlar a situação no país".

Por isso, lamentou que, durante o governo anterior, "grupos relativamente pequenos tenham saído às ruas e de fato ditado algumas decisões ao governo eleito".

"Agora, os líderes de grupos militantes e extremistas violentos foram presos após protestos públicos em massa", comentou.

Recentemente, Jan Figel divulgou a declaração acadêmica e política da Human Dignity for Everyone Everywhere (Dignidade humana para todos em todos os lugares). Além disso, espera que a história de Bibi se torne uma base para a reforma da lei de blasfêmia no Paquistão.

Figel explicou que só pôde visitar o Paquistão em dezembro de 2017 e fez uma segunda visita em 2018, e que sua participação no caso tinha a intenção de lançar luz sobre questões de liberdade religiosa, uma vez que "Asia Bibi era famosa em todo o mundo como um abuso óbvio da liberdade de religião e crenças".

"A defesa dos perseguidos, dos indefesos ou dos que não têm voz é nossa nobre obrigação", enfatizou.

Em uma reunião oficial, Figel manifestou "a importância da dignidade e justiça para todos os paquistaneses, especialmente as minorias" e enfatizou que o caso de Asia Bibi estava sendo observado de perto internacionalmente.

Do mesmo modo, enfatizou que o "status quo" das relações comerciais entre a UE e o Paquistão era insuficiente e pediu ao país que cumpra os tratados internacionais que protegem as minorias.

Apesar de todas as conversas, Figel disse que "o progresso real começou após as eleições de verão no Paquistão com o novo governo de Imran Kham".

"Foi corajoso o suficiente para assumir a responsabilidade (por si mesmo) dos grupos militantes que com sucesso fizeram o Estado como refém sob o governo anterior", disse.

Após a absolvição de Bibi, Figel falou "de maneira justa e séria" com os funcionários do governo paquistanês. Também ajudou os familiares de Bibi, com quem mantinha contato enquanto estava sob proteção, a pedir asilo em três países da União Europeia e Canadá, por medo de que eles também se tornassem alvos de violência.

"Com longos atrasos devido à revisão judicial e sem certeza sobre a solução completa esperada, ela precisou de apoio humano e psicológico em alguns períodos", assinalou.

Em dezembro de 2018, o Canadá concedeu asilo formalmente a Asia Bibi e sua família. Suas filhas foram imediatamente transportadas para o país norte-americano para depois se reunir com seus pais.

Também disse que a experiência "demonstra que a UE como 'poder brando' pode ​​facilitar mudanças positivas no mundo em áreas como justiça, desenvolvimento sustentável e proteção dos direitos humanos através de uma promoção mais eficiente da liberdade de religião e de crenças".

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