20 de dezembro de 2024 Doar
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Tribunal declara que esta citação bíblica é "contrária à dignidade humana"

Imagem de referência | Pixabay

Um Tribunal da Inglaterra declarou que a citação bíblica de que Deus criou o homem e a mulher (Gênesis 1, 27) é "incompatível com a dignidade humana" e confirmou a demissão de um médico por utilizá-la.

A decisão do tribunal desestimou uma ação judicial apresentada pelo Dr. David Mackereth, pai de quatro filhos, do condado britânico de West Midlands, que por se recusar a identificar seus pacientes por seu gênero autopercebido e, ao contrário, fazê-lo por seu sexo biológico, foi demitido em 25 de junho de 2008 como assessor de Saúde e Deficiência para o Departamento de Trabalho e Pensões (DWP) do Reino Unido. O médico havia trabalhado neste lugar por 26 anos.

Seu instrutor disse que os relatórios sobre aqueles que alegam deficiência devem se referir ao paciente por sua identidade de gênero, de acordo com a Lei de Igualdade de 2010, uma lei contra a discriminação na Inglaterra, País de Gales e Escócia que inclui sexo, orientação sexual e reatribuição de gênero entre suas classes protegidas. É política do NHS (Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido) usar os pronomes preferidos do paciente.

David disse que usar os chamados "pronomes transgêneros" era contrário à sua consciência como médico e cristão. Do mesmo modo, afirmou que o DWP violou seu direito à liberdade de pensamento, consciência e religião, segundo assinala a BBC.

Além disso, David disse que achava que seria "irresponsável" para um médico "acomodar e/ou alentar a personificação do sexo oposto de um paciente".

No ano passado, o DWP o demitiu depois de ser questionado por um funcionário da agência de emprego sobre como lidaria com clientes que pediam para ser chamados como pessoas do sexo oposto.

"O que faria se avaliasse alguém que claramente é um homem, mas pedisse para ser chamado de 'ela' ou 'senhora' no relatório?", perguntou o funcionário Jason Owen, de acordo com a versão de David, e, além disso, assinalou especificamente o cenário de "um homem de um metro e oitenta de altura e barba que deseja ser chamado de 'ela' e 'senhora'". Jason Mackereth respondeu que, como cristão, ele não poderia cumprir. Depois de suas respostas, foi demitido.

Em seguida, Jason pediu a Christian Legal Center (CLC) do Reino Unido para representá-lo no tribunal e, assim, defender sua ação judicial por discriminação religiosa. No entanto, o Tribunal do Trabalho decidiu que o DWP tinha o direito de rescindir o contrato, informou a BBC.

Na decisão, a Corte reconheceu que, embora o cristianismo seja uma classe protegida sob a Lei da Igualdade de 2010, a crença de que as pessoas nascem como homens ou mulheres, e que isso não pode ser mudado, não o é.

"A crença em Gênesis 1, 27, em não acreditar o suficiente em transgêneros e a objeção de consciência diante dos transgêneros, em nossa opinião, é incompatível com a dignidade humana e entra em conflito com os direitos fundamentais dos demais, especificamente aqui, com pessoas transgêneros", afirmou a decisão.

O médico disse que irá recorrer da decisão.

Entrevistado por Christian Concern, uma organização que recebe regularmente casos de pessoas que denunciam discriminação religiosa, David disse: "Estou determinado a lutar por justiça neste caso, em primeiro lugar, como sociedade e na profissão médica, não nos permitem dizer o que acreditamos. Em segundo lugar, como mostra o meu caso, não nos permitem pensar o que acreditamos. Finalmente, não nos permitem defender o que cremos. Os cristãos devem poder manter e expressar sua fé em privado e em público e defender as verdades bíblicas e científicas sem medo de perder seus meios de vida".  

Andrea Williams, de Christian Concern, disse ao site 'Premier' que a sentença foi esmagadora para as crenças cristãs.

"O Dr. David Mackereth trabalhou durante quase 30 anos no 'A and E', ama seus pacientes e cuida de todos. O doutor Mackereth era amável. Havia chamado uma pessoa pelo nome que ela escolheu. O que não pôde aceitar é que um homem biológico seja uma mulher biológica, ou que uma mulher biológica seja um homem biológico", disse.

David acrescentou: "Não estou sozinho em estar profundamente preocupado por esse resultado. Os funcionários do NHS, mesmo aqueles que não compartilham minhas convicções cristãs, também se sentem perturbados porque veem que sua própria liberdade de pensamento e expressão é prejudicada pela sentença dos juízes".

"Nenhum médico, pesquisador ou filósofo pode demonstrar ou provar que uma pessoa pode mudar de sexo. Sem integridade intelectual e moral, a medicina não pode funcionar e meus 30 anos como médico agora são considerados irrelevantes em comparação com o risco de alguém ser ofendido", concluiu.

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