22 de novembro de 2024 Doar
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Ritual indígena nos Jardins Vaticanos foi uma cerimônia pagã? Responde autoridade vaticana

Uma imagem do ritual realizado nos Jardins do Vaticano. Crédito: Daniel Ibáñez | ACI Prensa

O Prefeito do dicastério para a Comunicação do Vaticano, Paolo Ruffini, explicou em que consistiu a cerimônia realizada no último dia 4 de outubro nos Jardins do Vaticano na presença do Papa Francisco, que alguns descreveram como um o ritual conhecido na América do Sul como "pagamento à terra" ou "retribuição à terra".

"A cerimônia dos jardins foi transmitida ao vivo, vocês assistiram e portanto vimos do que se tratava. Tratou-se de plantar uma árvore nos jardins, uma oração. O Papa recitou o Pai-Nosso. Nada mais e nada menos que uma oração do dia de São Francisco", disse Ruffini na coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 17 de outubro, na Sala Stampa do Vaticano.

O evento, acrescentou Ruffini, foi "uma oração na qual se cantaram e se repetiram os louvores de São Francisco à criação. Não foi nada mais nem nada menos que isto. Era tão transparente que foi transmitida ao vivo".

Em 4 de outubro o Papa Francisco plantou uma árvore de Assis nos Jardins Vaticanos. Os organizadores do evento foram a Rede Eclesiástica Panamazônica (REPAM), o Movimento Católico Mundial pelo Clima e a Ordem dos Franciscanos Menores.

O ritual, que não foi explicado pelos organizadores, foi descrito por alguns como um "pagamento à terra", uma cerimônia indígena que se realiza em alguns países da América Latina, em que se agradece à "mãe terra" por seus frutos ou lhe faz algum pedido. Em geral, este não contém elementos da fé cristã.

Durante o ritual, alguns participantes presentearam três objetos ao Santo Padre: um colar, uma imagem amazônica de uma mulher nua grávida e um anel negro que parece ser o anel de tucum, que segundo o Bispo brasileiro Amaury Castanho, tornou-se um sinal do compromisso com a teologia da libertação. Logo depois que o colocaram, o Papa tentou cobri-lo com a outra mão, retirando-o em seguida.

Em 16 de outubro, Ruffini disse em uma entrevista coletiva na Sala de Imprensa do Vaticano que a imagem da mulher nua não representa a Virgem Maria, simplesmente representava a vida.

Na cerimônia de 4 de outubro estava previsto que o Santo Padre pronunciasse um discurso, mas preferiu não fazê-lo e dirigiu o Pai-Nosso com os presentes.

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